Meu marido é um garoto de programa
Existem coisas na vida da gente que o silêncio toma conta. Mas nada adianta, pois o mundo gira, as pessoas se encontram, ligam pontos e fazem a imagem que desejam. Às vezes conseguem chegar perto do real, outras vezes apenas criam histórias imaginárias. Reais ou não, algumas dessas criações se tornam verdadeiras à medida que passam de boca em boca, crescem, envolvem terceiros, vêm a público ou, simplesmente, existem somente nas rodas de fofoqueiros.
Ele, meu marido, é, literalmente, um garoto de programa. Eu já estou perto dos sessenta, enquanto ele nem aos trinta chegou ainda. São muitas diferenças culturais, sociais, raciais, históricas, de gostos, desejos, mas em uma coisa a gente combina muito bem. Ambos adoramos sexo, carinho, confidências, segredinhos de um casal. Quase compartilhamos as mesmas memórias, claro, com a devida diferença de que ele era apenas um bebê durante muitas das experiências que vivi, ou nem era nascido ainda. Mas a cronologia nem sempre é tão radical.
O ciúme, meu, no início, era das muitas noites que ele passava fora, trabalhando, duro, com mulheres, homens, transexuais... Eu imaginava as posições, fantasias eróticas, histórias que ele ouvia ou contava, se ele incorporava ou não uma personagem na hora de fazer feliz a cada cliente. Na minha vez, eu sentia vergonha de pedir pra ser uma cliente, de passar as mesmas mirabolantes estripulias que ele, provavelmente, passava nos diversos quartos de hotel e motel da cidade.
O ciúme e a vergonha foram tomando a forma de fantasias, e eu passei a viver noites inesquecíveis com ele, sem, necessariamente, dizer-lhe que eu estava tentando ser todos e todas que ele conhecera nas noitadas. Eu fui gostando e sentindo prazer naquele jogo. E virei, também, uma garota, quer dizer, uma senhora de programa, procurando por jovens insaciáveis pelas redes sociais, nos anúncios de jornais e, até mesmo, nas noites em bares e boates da cidade.
Ele não precisava saber que eu me vingava de cada uma e de cada um. E, assim, matei minha sede de sexo, a curiosidade que tinha de sair com estranhos, de dormir com homens e mulheres, em casal ou em trio. E esta aventura acentuou o amor que eu tinha pelo meu marido-garoto. Descobri que o amor não tem fronteira nem se estabelece numa certidão de casamento, tampouco se desfaz quando o divórcio é o único caminho para evitar desgaste emocional. Contei tudo pra ele, que já sabia, pois alguns dos meus clientes também já haviam saído com ele. Hoje somos uma empresa de garotos e garotas de programas e somos felizes assim.
Ele, meu marido, é, literalmente, um garoto de programa. Eu já estou perto dos sessenta, enquanto ele nem aos trinta chegou ainda. São muitas diferenças culturais, sociais, raciais, históricas, de gostos, desejos, mas em uma coisa a gente combina muito bem. Ambos adoramos sexo, carinho, confidências, segredinhos de um casal. Quase compartilhamos as mesmas memórias, claro, com a devida diferença de que ele era apenas um bebê durante muitas das experiências que vivi, ou nem era nascido ainda. Mas a cronologia nem sempre é tão radical.
O ciúme, meu, no início, era das muitas noites que ele passava fora, trabalhando, duro, com mulheres, homens, transexuais... Eu imaginava as posições, fantasias eróticas, histórias que ele ouvia ou contava, se ele incorporava ou não uma personagem na hora de fazer feliz a cada cliente. Na minha vez, eu sentia vergonha de pedir pra ser uma cliente, de passar as mesmas mirabolantes estripulias que ele, provavelmente, passava nos diversos quartos de hotel e motel da cidade.
O ciúme e a vergonha foram tomando a forma de fantasias, e eu passei a viver noites inesquecíveis com ele, sem, necessariamente, dizer-lhe que eu estava tentando ser todos e todas que ele conhecera nas noitadas. Eu fui gostando e sentindo prazer naquele jogo. E virei, também, uma garota, quer dizer, uma senhora de programa, procurando por jovens insaciáveis pelas redes sociais, nos anúncios de jornais e, até mesmo, nas noites em bares e boates da cidade.
Ele não precisava saber que eu me vingava de cada uma e de cada um. E, assim, matei minha sede de sexo, a curiosidade que tinha de sair com estranhos, de dormir com homens e mulheres, em casal ou em trio. E esta aventura acentuou o amor que eu tinha pelo meu marido-garoto. Descobri que o amor não tem fronteira nem se estabelece numa certidão de casamento, tampouco se desfaz quando o divórcio é o único caminho para evitar desgaste emocional. Contei tudo pra ele, que já sabia, pois alguns dos meus clientes também já haviam saído com ele. Hoje somos uma empresa de garotos e garotas de programas e somos felizes assim.