ex-Brad Pitt
Estou ficando caquético, velho demais para o meu gosto. Não por conta dos meus cabelos grisalhos, mas pelo que tenho visto, lido e ouvido a boca miúda. Nada me parece plausível a curto ou a longo prazo.
As relações humanas perderam o glamour, algum que fosse do tempo dos meus avós. Quando olho para aquelas fotos, desbotadas e rotas em cima dos móveis, tenho a nítida impressão de que eles viveram há dezenas de anos. Suas vestes, seus cabelos e suas poses quase angelicais, me dizem que estamos visivelmente démodés.
Em verdade nos tornamos seres descartáveis, quase inúteis perante os nossos semelhantes. Não existe mais o compromisso de que criaremos juntos (marido e mulher) os nossos filhos e, muito menos os nossos netos!
Agora somos todos artistas, vivemos papéis inusitados, sem enredo, sem meio e fim. Somos mercadorias de segunda classe nas mãos uns dos outros. As relações humanas então apodrecendo a olhos vistos. O indivíduo que se preza deseja ter segurança, afeto, aprovação social e até mesmo prestígio. Hoje isto não é a regra e sim, a exceção.
Hoje li com raro estranhamento o seguinte: “atriz Angelina Jolie entrou com pedido de divórcio do marido Brad Pitt”. Um dos casais mais badalados do planeta não resistiu ao modismo do nosso tempo.
O mais intrigante para mim foi o motivo alegado por ela: “a maneira com que Pitt lida com os filhos”. Por mais absurda que seja, não acredito em maus tratos. Isto seria o apocalipse.
Como disse: somos produtos perecíveis. Só nos falta o rótulo com o prazo de validade.
O resto é resto, simples assim.