Memórias à mesa
Os Graus Celcius sobem às alturas durante quase todo o ano em Palmital no interior de São Paulo e sentada à mesa, segurando uma caneca colorida de porcelana, a cronista Helena Silveira, decide falar sobre o episódio de seu casamento frustrado à sua velha tia “dali conquistei a paciência dos Santos” confessou; foi durante a tormenta deste himeneu que criou “a humilde espera”.
Há muito tempo a paulistana vinha participar da Festa de Santos Reis em janeiro, mas fazia já quase uma década que não aparecia para jogar conversa fora com a tia e os vizinhos, agora quem chegou para comer uma nacada de bolo de fubá com café e leite bê de saquinho foi o Sr. Lima o trombeteiro, simpático e conversador, cerrava os olhinhos encapados com uma película azul pela vista cansada, remexia o passado narrando à Helena “teu pai e eu éramos a dupla dinâmica no liceu de artes e ofícios”.