Época de Eleição Municipal
Em época de eleição municipal a cidade se transforma a partir dos primeiros dias do ano...
Foi assim este ano. Eu saí para caminhar naquele domingo e nem me lembrei de que haveria eleições municipais em outubro. Era janeiro ainda. De repente ao atravessar a praça central aquele cidadão veio ao meu encontro pedindo voto porque haveria de se candidatar para vereador. O seu sorriso abundante denotava que já havia ganhado o pleito. Na verdade quem ganhara fora sua estima ao sonhar com a eleição, pois é uma pessoa humilde com um trabalho ordinário em uma mercearia. Se ele candidatou ou não nem fiquei sabendo depois, mas lhe serviu de momentos de glória pelo menos naquele dia ao pensar na possibilidade.
Passaram-se os meses e setembro abriu o leque das candidaturas para cargos públicos de vereador e prefeito. Nunca se viu tantos candidatos como nesta eleição com destaque ao de prefeito. Na rede social um postal chamou a atenção com os dizeres: “Quando a educação de um povo é deficitária isto provoca excelentes telespectadores e numerosos candidatos políticos.” Achei que isto traduzia bem a realidade política de nosso município.
Ao sair à rua comecei a me deparar com os candidatos fazendo campanha.
Um dia fui abordado por aquela senhora que segundo as más línguas realiza favores sexuais por preços módicos e cujo filho é traficante. A mesma queria me entregar o “santinho” eleitoral de seu filho e pedir votos para ele. Eu nada lhe disse e com minha posição casmurra não aceitei o folhetinho. Só pensei: “Literalmente um filho da puta”!
Mais adiante outro que nunca vi mais gordo ou magro estava com as mãos repletas de papel de propaganda. Ao me ver, veio em minha direção. Eu devo ter feito uma cara de cão tão feia que ele nem ousou se aproximar. Desviou o seu andar tomando outra direção.
No centro comercial estava aquele médico tantas vezes candidato, mas em ano comum ninguém lhe vê entre populares. Nas recentes manifestações contrárias ao Golpe ele estava. Mas se posicionava de forma tão tímida que nem era percebido.
Mais à frente aquela professora... Carrancuda que só! Mas neste ano até me chamou pelo nome. Pensei: “Uai, ela se lembra de mim”. Ela era todo sorriso.
Ano eleitoral é mesmo milagroso!
Graças que nunca precisei de favor político! Sempre consegui, devido aos meus méritos e esforços, o que tenho e ao que sou.
E diante deste teatro todo concluo que...
Se eu fosse Comerciante ou Político eu passaria fome. Porque não sei vender nada, acabo doando e desvalorizando o que poderia vender. E não sei comprar simpatia alheia com sorrisos e apertos de mão para me aparentar popular em época eleitoral.
Em época de eleição municipal a cidade se transforma a partir dos primeiros dias do ano...
Foi assim este ano. Eu saí para caminhar naquele domingo e nem me lembrei de que haveria eleições municipais em outubro. Era janeiro ainda. De repente ao atravessar a praça central aquele cidadão veio ao meu encontro pedindo voto porque haveria de se candidatar para vereador. O seu sorriso abundante denotava que já havia ganhado o pleito. Na verdade quem ganhara fora sua estima ao sonhar com a eleição, pois é uma pessoa humilde com um trabalho ordinário em uma mercearia. Se ele candidatou ou não nem fiquei sabendo depois, mas lhe serviu de momentos de glória pelo menos naquele dia ao pensar na possibilidade.
Passaram-se os meses e setembro abriu o leque das candidaturas para cargos públicos de vereador e prefeito. Nunca se viu tantos candidatos como nesta eleição com destaque ao de prefeito. Na rede social um postal chamou a atenção com os dizeres: “Quando a educação de um povo é deficitária isto provoca excelentes telespectadores e numerosos candidatos políticos.” Achei que isto traduzia bem a realidade política de nosso município.
Ao sair à rua comecei a me deparar com os candidatos fazendo campanha.
Um dia fui abordado por aquela senhora que segundo as más línguas realiza favores sexuais por preços módicos e cujo filho é traficante. A mesma queria me entregar o “santinho” eleitoral de seu filho e pedir votos para ele. Eu nada lhe disse e com minha posição casmurra não aceitei o folhetinho. Só pensei: “Literalmente um filho da puta”!
Mais adiante outro que nunca vi mais gordo ou magro estava com as mãos repletas de papel de propaganda. Ao me ver, veio em minha direção. Eu devo ter feito uma cara de cão tão feia que ele nem ousou se aproximar. Desviou o seu andar tomando outra direção.
No centro comercial estava aquele médico tantas vezes candidato, mas em ano comum ninguém lhe vê entre populares. Nas recentes manifestações contrárias ao Golpe ele estava. Mas se posicionava de forma tão tímida que nem era percebido.
Mais à frente aquela professora... Carrancuda que só! Mas neste ano até me chamou pelo nome. Pensei: “Uai, ela se lembra de mim”. Ela era todo sorriso.
Ano eleitoral é mesmo milagroso!
Graças que nunca precisei de favor político! Sempre consegui, devido aos meus méritos e esforços, o que tenho e ao que sou.
E diante deste teatro todo concluo que...
Se eu fosse Comerciante ou Político eu passaria fome. Porque não sei vender nada, acabo doando e desvalorizando o que poderia vender. E não sei comprar simpatia alheia com sorrisos e apertos de mão para me aparentar popular em época eleitoral.
Leonardo Lisbôa,
Barbacena, 10/09/2016.
ESCREVA PARA O AUTOR:
conversandocomoautor@gmail.com