Minhocas com sal

Estava uma vez com amigos e amigas conversando, entre eles havia uma amiga muito chegada a mim. Em dado momento essa amiga respondeu a uma provocação de um desses amigos de maneira bem atrevida o que causou risos em todos. Em resposta, esse amigo que fez a provocação disse: - Ela cantou, mas a composição é sua! Se referindo a mim.

Eu olhei para ele, pensei, que inocente! Achar que alguém poderia “cantar minhas composições”!

Eis a minha resposta:

Não meu querido, isso é impossível eu mal consigo me traduzir em textos e poesias que dirá ensinar alguém a interpretá-las... Eu tenho me escondido ao invés de traduzir-me neles... Uma vez me disseram já pensou em botar voz em seus textos? Eu não poderia! A voz deles é essa que você esta ouvindo agora...

Não ninguém saberia “cantar” as minhas “composições”. As pessoas ao meu redor são o que são e não tenho a menor intenção de torná-las minhas interpretes, se alguém estando comigo me atribui palavras de outros, então nunca me olhou nos olhos e não me viu de verdade...

Mas naquele instante da minha vida eu tinha composições tão doces e tão amargas que não havia como ninguém “interpretar” Elas eram indizíveis...

Meu bom amigo conversando bobagens, lembrando brincadeiras perversas de jogar sal em minhocas, sem querer me fez lembrar feridas abertas que não se curam com sal nem que fosse daquele mar lindo que nos cercava.

Mas nenhuma palavra foi dita. Escondi tudo num tempo de um sorriso... Esse sorriso será tudo que ele saberá sobre esta “composição”.

Um pouquinho de mim não fará mal lhes asseguro...