MAIOR DO QUE PODEMOS IMAGINAR

Há uma vassoura no canto da casa e ao redor, poeira que esconde os restos. Alguém adentrou àquele cômodo, suas pegadas marcaram todo o ambiente como quem desenha, sem intenção, uma imagem no chão. Mas nem notou que o calçado deixou pistas de sua falta de atenção, deixou gravado que aquele local está fadado a se desmoronar literalmente porque está jogado e abandonado. Ninguém parou para olhar o que toda uma falta de boa vontade causou naquele quarto sujo e escuro. E com esse alento, Chico Xavier, nos alerta que “quando demonstramos boa vontade, aceitação, os benfeitores da vida maior nos auxiliam a descobrir o caminho”. Houve um descaso, uma falta de visão e de ação ali, naquele canto que está totalmente sem brilho, embaçado e ofuscado. Rubem Alves, psicanalista e educador, reflete que “há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido”!

Em nosso cotidiano, em diversos aspectos podemos permanecer assim, sem foco, sem devotada atenção e sem ação. O empresário americano, Stive Jobs, nos afirma que “algumas pessoas acham que foco significa dizer sim para a coisa em que você irá se focar. Mas não é nada disso. Significa dizer não às centenas de outras boas ideias que existem. Você precisa selecionar cuidadosamente”. Enchemo-nos de informações, de ideias, de conselhos e, por vezes, não as executamos, não colocamos em prática o que deveria ter sido feito, completado ou cumprido. Com esse espírito nos remetemos ao filósofo grego, Pitágoras, que afirmou que “com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito”. Talvez porque de maneira inconsciente, esperamos que alguém o faça por nós. E o tempo é exíguo e não para. Os prazos se encerram e a missão se exaure inerte. E em algum instante, nos perguntamos, onde foi que erramos? Qual foi a ocasião em que poderíamos ter interferido para que as coisas pudessem ter sido diferentes? Houve um estado presente em que não soubemos compreender e nos deixamos levar pelos acontecimentos e deixamos tudo o que era eminente certo se esvair, se perder e morrer.

A indolência, o culto aos prazeres de forma exagerada, a falta de energia e de motivação, pode, às vezes, ter nos arrebatado do caminho escorreito. Aquela força interior não foi capaz de nos auxiliar a abater as barreiras do desânimo, da apatia e da angústia. Não conseguimos suplantar e convergir cada ação necessária para alcançar o resultado preterido. O imperador romano, Marco Aurélio, escreveu que, “se te ocorrer, de manhã, de acordares com preguiça e indolência, lembra-te deste pensamento: levanto-me para retomar a minha obra de homem”. É hora de acordar, de sair do marasmo e de um modo perdido e sem rumo para uma rotina de excelência, de produtividade e de consistência. É preciso estar em uma constante transformação individual, de vida em movimento, em contraste ao que é estático, mas sim ao que mobiliza e ao que pode converter e anteceder o “se” existencial.

Também assim para que não operemos a certeza somente após o acontecimento, lamentando, se culpando ou acusando terceiros pelo o que não foi obtido; para que não figuremos com uma nostalgia e fiquemos apenas reclamando que “se” a vida fosse melhor, se tivessem tido mais carinho, se eu tivesse estudado, se eu tivesse pensado. Chega! Essa lamúria não cabe mais! Não nascemos prontos, mas somos feitos para sermos bem sucedidos, para termos sucesso, ou seja, somos seres humanos concebidos para viver, sobretudo viver em abundância! Disse Jesus em João, 10:10: “Eu vim para que todos tenham vida em abundância”. Caminhemos nesta direção, pois o que nos espera é muito maior do que podemos imaginar e nos levará cada vez mais a grandes vitórias!

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 18/09/2016
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