Jeitinho Brasileiro ou Irresponsabilidade ?
Antes de uma maior reflexão sobre o tema proposto, é interessante e muito importante salientar que nos próximos parágrafos, não existe nenhum tipo de generalização, e que nenhuma afirmação pode ser encarada como uma verdade absoluta.
Esta reflexão tem o objetivo simples e claro, de analisar de forma extremamente superficial, como brasileiros tratam seus projetos, sejam eles corporativos ou mesmo de cunho pessoal.
Em determinado momento, ao tratamento aplicado a seus projetos, se atribuiu o famoso termo “Jeitinho Brasileiro“, no que segue, ilustro uma analise pessoal, seus impactos positivos e negativos e encerro questionando sobre mudanças comportamentais que poderiam ser benéficas.
Na análise, ficou claro que o brasileiro, possui qualidades extremamente positivas e exclusivas deste povo, destacando: sua flexibilidade incomparável e seu alto potencial criativo, porém, possui também para o gerenciamento de seus projetos, alguns defeitos perigosamente negativos, onde podemos destacar: uma indisciplina que beira a irresponsabilidade e um grande medo de seguir planejamentos.
O brasileiro é imediatista e possui ou acredita possuir uma capacidade imensa de simplificação e uma extrema eficácia.
Ao lhe ser atribuído uma atividade, o mesmo realiza uma expressa analise, e verifica como poderá simplificá-la, para que a execução possa ser realizada de forma mais rápida e demandando menor esforço, talvez este seja o Jeitinho Brasileiro.
Nesta simplificação, muitas vezes falha, e acreditando em sua extrema eficácia, o mesmo abre mão de fases importantíssimas para o bom desenvolvimento da atividade que lhe foi confiada, e consequentemente compromete a entrega da mesma, e até mesmo o projeto como um todo.
Assim, como Dâmocles, o brasileiro executa suas atividades sempre com uma espada afiada sobre sua cabeça, num risco constante e talvez desnecessário, como se houvera sido treinado para tal, e confiando que sempre o Jeitinho Brasileiro, estará entrando em ação e o auxiliando na entrega da tarefa.
Mesmo ao obter sucesso em suas tarefas e projetos, o mesmo passa a ser visto aos olhos dos estrangeiros, ou dos mais conservadores ou mais cartesianos, como um indisciplinado, um irresponsável, alguém em que não se pode confiar, a taxa de risco aos olhos destes é inaceitável e desnecessária. E se desse errado ?
Acredito que não podemos e nem devemos perder, esta espontaneidade, esta flexibilidade, e este potencial criativo, nosso Jeitinho Brasileiro, porém, também acredito, que não deveríamos trabalhar com esta taxa altíssima de risco.
Encerro este artigo, questionando:
Não seria mais prudente, se conseguíssemos implementar uma forma de trabalhar nossos projetos, sejam eles pessoais ou profissionais, aliando todas estas grandes qualidades, somadas ao nosso Jeitinho Brasileiro, com uma menor taxa de risco ?
Não defendo em hipótese alguma a burocracia, e o excesso de processos, mas bons planejamentos e gerenciamentos de riscos, são extremamente úteis e necessários a qualquer atividade e projeto.