FLORESÇA
Quisera eu, poder traduzir meu coração hoje. Cada linha, cada artéria ... E quisera eu fazê-lo sem ofender ninguém, sem que vejam meus vasos -de flores- como venenos de áspide tentando moralizar o mundo.
Isso porque hoje, expor meu coração, é quase uma necessidade. Um antídoto para o meu próprio veneno. Logo eu!
Ele não está menos lindo, mas já o posso ver chegando sem os saltos ao final desse dia.
Enquanto isso, repito mantras, rezo baixinho, absorvo angustia alheia aqui ou ali e torço pra que algumas sementes não germinem nos meus vasos sanguíneos. Já outras, que primaverem pelas quatro estações.
Junto a isso torço também pra que poucas sejam as vezes que eu sinta necessidade similar, mas que em todas elas, ninguém – especialmente quem dedico amor – seja capaz de me endurecer os olhares.
Que eu não endureça o meu, nem me ofenda com os corações que se expõem pelo mundo. Se usei muitas metáforas é para ter a permissão de transformar a primavera, em verbo!
*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.
Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)