FLORESÇA

Quisera eu, poder traduzir meu coração hoje. Cada linha, cada artéria ... E quisera eu fazê-lo sem ofender ninguém, sem que vejam meus vasos -de flores- como venenos de áspide tentando moralizar o mundo.

Isso porque hoje, expor meu coração, é quase uma necessidade. Um antídoto para o meu próprio veneno. Logo eu!

Ele não está menos lindo, mas já o posso ver chegando sem os saltos ao final desse dia.

Enquanto isso, repito mantras, rezo baixinho, absorvo angustia alheia aqui ou ali e torço pra que algumas sementes não germinem nos meus vasos sanguíneos. Já outras, que primaverem pelas quatro estações.

Junto a isso torço também pra que poucas sejam as vezes que eu sinta necessidade similar, mas que em todas elas, ninguém – especialmente quem dedico amor – seja capaz de me endurecer os olhares.

Que eu não endureça o meu, nem me ofenda com os corações que se expõem pelo mundo. Se usei muitas metáforas é para ter a permissão de transformar a primavera, em verbo!

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 15/09/2016
Código do texto: T5761715
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