Viver criança e morrer poeta...
Viver criança e morrer poeta...
A poesia nos torna crianças de novo. Será possível? Então como explicar a imagem estereotipada de jovens estudantes enfileirados, procurando por significados que os poetas nunca cogitaram...
A poesia não é para ser entendida, mas sentida... não há razão para interpretá-la. A brevidade e a tendência ao paradoxo por meio da interiorização do conteúdo tornam a poesia o veículo artístico perfeito para a reflexão.
Passamos os nossos dias vivendo e falando em prosa. Então, poesia é câmbio manual, é um carro velho remoçado.
Para ler um poema, devemos ocupar um espaço magistral.
A melancolia, a tristeza, as lembranças são excelentes estados de espírito para a poesia, visto que a sensação é uma chacoalhada emocional.
Romances nos machucam. Histórias perfuram nossa pele. Ensaios nos fazem repensar o mundo. Mas um poema nos despedaça, nos empurra para o estado emocional e nos desperta para as mais diferentes e profundas sensações.
Um poema bem-arranjado nos faz lembrar que as nossas existências, em termos cósmicos, são tão efêmeras...
A poesia deve nos abater, antes de nos confortar. Acho que a melhor poesia é um modo de interrogar a si próprio. Posso passar boa parte do dia ouvindo a linguagem esvaziada pelos políticos e transformada em expediente pela publicidade. Mas rezo para que a poesia ampare a linguagem. Não acho que a linguagem sempre precise ser ressuscitada de maneira melancólica, mas a melancolia é particularmente apropriada a poesia da permanência...
Hoje estou particularmente apaixonada pela poesia...