Ler de tudo.

Leio de tudo, mesmo que largue nas primeiras linhas sem cerimônia, por diferentes motivos: " não gostei , não me diz nada, não me acrescenta coisa alguma, é pedante, ridículo, bobo, com muitas palavras rebuscadas, travando a leitura ...", mas o que mais me irrita são as pessoas que tentam impor suas opiniões, suas doutrinas, pois ninguém no mundo tem esse direito, esses me fazem bocejar de tédio.

Ás vezes leio poemas simples, falando de flores, passarinhos, sem conteúdos filosóficos, e tudo bem...até acho legal, comento, vejo que a pessoa curte isso, e bato palmas, é preciso se "permitir", ser humilde o bastante para respeitar estilos, tendências e filosofias, desde que não "impostas".

Um dia destes li o seguinte; " Sou afro ameríndia", caracas a garota caprichou , me desculpe ...mas parei de ler, é muito pra mim. Tem aquelas que dizem assim ; " Não sou assim nem sou assado, sou meio isso e meio aquilo...", pô o que é isso , um jogo de adivinhação ou uma metamorfose ambulante ?

Algumas pessoas falam de amor, e parecem cartas com destino certo, só falta colocarem o CEP , então a gente fica sem graça de se meter no colóquio amoroso, particularmente não tenho tendência para "sapo". O poema pode até ser legal, mas aqui entre nós, não quero embarcar.

Sou como meu pai, leio de tudo, desde as tirinhas de cartoon no jornal até horóscopo ( mesmo que não acredite), política, fofocas ( ler a Caras na praia é uma delícia), esporte então nem se fala, mas o que mais gosto são as páginas sobre literatura, filosofia, biografias de gente que merece ser conhecida, histórias, crônicas, humor ( muito humor), e deixo a minha janela sempre muito aberta a ouvir e interagir, as pessoas são sempre muito interessantes, quando são apenas elas mesmas.

Quando as pessoas falam sobre a infância e fatos marcantes é sempre muito bonito, pois apesar de se exporem de certa forma, estão de coração aberto, sem medo, e isso agrada, invariavelmente traçamos paralelos, viajamos para a nossa própria infância e nos identificamos.

Esse dom da escrita e da comunicação é um mundo mágico, que salta aos olhos, que faz pensar, dispensa enfeites e retoques em demasia, permite erros e acertos , faz a roda girar.

A minha mãe dizia uma coisa engraçada : " Eu não sou perfeita, aliás ninguém é, portanto posso assim ser perfeita". Um jeito simples de dizer, sou como todo mundo, o imperfeito está em descompasso.

Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 14/09/2016
Reeditado em 15/09/2016
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