EDUARDO CUNHA, DE VENERADO A EXECRADO...
Nada há de mais solitário que a .derrota, mormente se isso ocorre na política. Eduardo Cunha, ascendeu à presidência da Câmara com ampla folga sobre seus concorrentes. Figura de proa do Golpe contra a presidenta Dilma, cercado pela corriola de asseclas lambe botas que o acompanhava, principalmente líderes do PSDB, DEM, PPS, PSCL, SOLIDARIEDADE, entre outras siglas. Figurava, junto a Temer, como a figura mais controversa da República dos últimos tempos, na verdade superando o apagado vice de Dilma.
Deu as cartas enquanto pode, até ser abatido em pleno voo, não antes do trabalho sujo de dar o pontapé inicial no Impeachment de resultado conhecido.Teria surfado na onda, não fossem as investigações do ministério público...da Suiça ! , que o desnudou e inaugurou o princípio de sua via crucis, tendo o Janot, procurador geral da Justiça, em seu encalço, o qual, aliás, mantém um pedido de prisão contra o acusado, devidamente guardado na gaveta do misterioso ministro do STF, Teori Zavascki. Então Eduardo começou a correr contra o tempo, manobrando incansavelmente os trabalhos da comissão processante de seu mandato, protelando por mais de 11 meses sua conclusão, com o desfecho na noite passada. Antes das 24 horas, a carruagem do ex todo poderoso virou abóbora, e ele, abatido, foi seguido pelos seus pares, não para enaltecê-lo, e sim execrá-lo sob os epítetos mais desonrosos... Inabilitado por 8 anos da vida pública, réu no STF, e, agora, sem as prerrogativas de foro, encaminhado seus processos sob o crivo de outra personagem, Sérgio Moro, juiz singular, a quem caberá os trabalhos de julgá-lo doravante.
Seriam bravatas as insinuações de que poderia levar parte substancial dos parlamentares do Congresso ao fosso comum em que encontra ? Ou será que enfrentará bravamente, vendo a si e sua família, em situação de cumprirem penas, sem o recurso da delação premiada tão em voga ? São questões que veremos no decorrer que se avizinha. A pressão se voltará para o paladino da Justiça, o juiz. Sérgio Moro, econômico nas medidas contra uns e pródigo em sentenças contra o PT. Se não tivermos, nos desdobramentos, com o envio dos autos do STF para Curitiba, os rigores que se espera de um magistrado imparcial, as ruas terão mais um nome para execrar...
A novela Cunha, ascensão e queda, onde apenas 10 de seus antigos colegas votaram a seu favor, num placar de 9 abstenções, e 450 pela sua condenação, ainda promete surpresas.