VAMPIROS NÃO GOSTAM DE LUZ
Já sentiu-se "sugado" após um encontro? Percebeu-se sem energia ao fim de uma conversa com certa pessoa? Pois, é. Acontece isso volta e meia conosco, não é mesmo? Pode até ser, também, que sejamos esse tipo de sanguessuga. Se assustou? Quem sabe aquela pessoa se afastou de nós por sentir-se exaurido com nossa presença? Forte isso, não? Mas, em alguns casos, se reflete numa verdade.
Somos dotados de uma ligação natural com a Fonte Universal, de onde se emana a energia necessária para cumprirmos nossa missão no mundo. Podemos entendê-la como Deus, ou mesmo, um Poder Superior. Ocorre que, quando quebramos regras fundamentais que orientam nosso proceder, sofremos a pena capital. Tais regras foram, de alguma forma, estabelecidas bem antes de tomarmos ciência delas. Por isto, até mesmo o ateu poderá concluir que existe um Poder que nos é Superior, ainda que não creia num Deus que seja o criador de todas as coisas.
O sono irregular é um dos fatores a se considerar quando beirarmos à exaustão, em pleno dia. A má alimentação, também pode ser um elemento importante para explicar o marasmo. A deficiência de vitaminas, devido à ingestão demasiada de gorduras e carboidratos, pode ajudar a elucidar o cansaço que sentimos. A depressão é outro fator que faz o funcionamento cerebral se alterar, afetando, assim, o entusiasmo e a disposição física. Sim, essas e outras razões são significativas para termos um entendimento básico sobre o assunto. Bem, depois de identificarmos a fonte da subtração de energia, vamos ao próximo passo.
É necessário que, quando se tratar de pessoas, identifiquemos os reais "vampiros sugadores" de nossa energia. São aqueles que drenam nossa força vital diária e nos deixam esmorecidos após uma simples conversa que seja. Algumas pessoas quando interagem conosco, parecem ter o poder de nos roubar o raciocínio, nos deixam mais lentos e com uma sensação de fraqueza. Excetuando-se problemas orgânicos, ingestão abusiva de drogas ou má alimentação, entre outras possíveis causas, nos resta acreditar que vampiros estão à solta. E em busca de nossos pescoços. Tais criaturas se especializam em sugar a energia alheia e desprezam a Fonte Inesgotável.
A verdade é que todo vampiro deseja sangue e, sendo assim, ainda que a relação esteja danosa, o aproveitador voltará para beber a seiva mais uma vez. De novo. E mais uma vez. Até que um dia percebamos, não é mesmo? Ainda que esse ladrão emocional nos assalte de forma inconsciente, é nosso dever criar estratégias para impedir o seu intento.
Devemos reconhecer os rastros deixados por estes sugadores de energia. Podemos percebê-los em ação quando, por exemplo, o diálogo tornar-se monólogo. Existem nessas pessoas uma tendência narcisística de falar dos seus feitos, com o objetivo de " baixarmos nossas guardas". E, às vezes, fazem isso de forma tão acelerada e tendenciosa que ficamos sem condições de interagir naturalmente com as mesmas. Basta a tentativa de dar uma contribuição ao diálogo e somos, imediatamente, repelidos e atropelados. Um encontro assim define bem aquele que, devido à afetação e estrelismo, se coloca como o protagonista e centro de todas as atenções. Outras vezes, o vampiro desenvolve uma catarse completa, de modo que sejamos aprisionados pela piedade gerada por tal desgraça proferida. É óbvio que um bom amigo deve ser aquele em que podemos confiar em momentos de triunfo ou de tragédia. O foco da nossa abordagem se refere somente aos abusos cometidos.
Outros sinais que podemos observar são as cobranças demasiadas. Ás vezes, os amigos não se vêem há tempos e, um deles começa:"Você não me atende", " é tão difícil falar com você", "você não me procurou mais", "você nem me liga, hein?". Dessa forma, dá até vontade de se esconder de tais pessoas mesmo, não é? E quando avançam o nosso território de maneira impiedosa, forçando o nosso recuo? Sem dúvida, uma batalha épica, onde a nossa pequena tropa tenta impedir o avanço do maior exército. Mas o ataque permanecerá, até que saibamos nos posicionar de maneira estratégica.
Na realidade, o relacionamento saudável é aquele onde sempre existirá, além da empatia, reciprocidade. Egoísmo, cobranças e exigências em overdose sempre adoecerão os vínculos sociais. Precisamos trazer consciência ao momento presente em cada encontro, em cada conversa. Pois agir de forma consciente é o mesmo que trazer Luz para nossas relações.
E nenhum Vampiro gosta de Luz.
Autor: André Nasser.
* Texto autoral baseado em palestras de Maura de Albanesi.