TEMER, ENTRE A RENÚNCIA OU A DEPOSIÇÃO...
Neste último dia 7 de setembro, feriado nacional em que comemoramos a nossa independência, 24 Estados da Federação registraram manifestações numerosas contra o governo de Michel Temer. Guindado ao cargo na vacância pelo suspeitíssimo Impeachment de Dilma Rousseff, Temer ascendeu do papel opaco de coadjuvante para o protagonismo do cenário nacional, envergando a faixa presidencial. Personagem que se enalteceu em todo o processo foi o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aquele que responde a 13 processos por diversos crimes no STF, todos contra o erário, sendo mantido afastado pela Suprema Corte, e com data de 12 de setembro, segunda feira próxima, para a votação de seu destino, após longa e tortuosa procrastinação. Cunha foi o agente demolidor da base de sustentação da ex presidenta, boicotou seu governo, não aprovando suas medidas, e aprovando pautas bombas que danificaram as finanças já combalidas pela crise que vivemos. Em ato de revanchismo aceitou a abertura do Impeachment, após a abertura de processo contra ele no conselho de ética, onde os petistas não aceitaram votar em seu favor. Eis o resumo da ópera. Nessa conjuntura de desestabilização política e econômica (mais enaltecida pela crise política), os partidos oportunistas, PSDB, DEM. PPS, que não lograram vencer nas últimas 4 eleições presidenciais, uniram-se para a tomada do Poder, de forma casuística e golpista. Neste universo, com medidas antipáticas à população, com retrocesso em políticas públicas, está no colo de Temer a bomba relógio de algumas reformas incômodas, como a da Previdência Social, a Trabalhista, além do conjunto de medidas de arrocho contidas no ajuste fiscal. Seria difícil em um governo respaldado pela população, com sólida base de sustentação, pior será por um governo que foge das vaias das ruas, tendo que atuar em um cenário de eleições municipais. Temer, comprometido pelas forças empresariais e políticas que o ajudaram a assumir o cargo, terá os tropeços de aprovar em curto espaço de tempo, as tais pautas bombas, que colocaram no colo da sua antecessora, experimentando o sabor do próprio veneno. Restará saber se ficará com a espada sobre a cabeça, entre a renúncia ou a deposição popular...