Terror: antes e agora
Quem não está preocupado com o terror hoje em dia? No entanto, violência brutal sem sentido (existe violência “com” sentido?) é algo que existe há muito tempo. Segundo o dicionário, a definição “técnica” de terrorismo é: “Sistema governamental que se impõe por meio do terror, sem respeito aos direitos e às regalias dos cidadãos.” No nosso mundo atual não há muita necessidade de explicação. Os exemplos estão no noticiário todos os dias.
Para não nos perdermos, voltemos no tempo apenas para o século XI, quando começaram as Cruzadas. Foi um movimento cristão com o objetivo de “reconquistar” Jerusalém iniciado pelo papa Urbano II. Para se ter uma ideia do que os valentes guerreiros faziam, reproduzo aqui um trecho da Super Interessante sobre o assunto: “Em 15 de julho de 1099, milhares de guerreiros loiros entraram em Jerusalém matando adultos, velhos e crianças, estuprando as mulheres e saqueando mesquitas e casas.” Mais adiante, sobre os judeus na mesma região: “Mas, quando os cavaleiros invadiram as ruas, os judeus entraram em pânico. A comunidade inteira, repetindo um gesto ancestral, reuniu-se na sinagoga para orar. Os invasores bloquearam as saídas, jogaram lenha e atearam fogo à sinagoga. Os judeus que não morreram queimados, foram assassinados na rua.”
Ironicamente, na época, as cruzadas eram conhecidas por outro nome: nada mais, nada menos, que “Guerra Santa”, o mesmo que os fanáticos radicais muçulmanos de hoje usam para os chamados “infiéis” que ousam não seguir sua religião.
E assim foi pela história. Veio a escravidão. Africanos tratados como animais, torturados, mortos. A seguir, o Nazismo, aniquilando milhões de judeus da maneira mais cruel possível. Os grupos de esquerda e de direita apareceram na segunda metade do século XX: Baader-Meinhof, Sendero Luminoso, o ETA e, mais recentemente, Al Qaeda, Boko Haram e outros tantos. E finalmente vamos chegar ao amaldiçoado Estado Islâmico. E esse parece diferente. Enquanto os anteriores tinham uma motivação clara, embora sinistra, para este último, “a guerra aos infiéis” nem é tão importante assim. Pelo menos é o que parece, uma vez que eles matam muitos muçulmanos, companheiros de fé. Aparentemente, sua motivação principal é a maldade em si mesma. Não estão pedindo nada: libertação de um povo, conversão para sua fé ou qualquer outra coisa. Simplesmente pegam tudo que podem e matam todos que conseguem.
Alguns religiosos chegam a dizer que a diferença é que este grupo é dirigido ou manipulado pelo próprio diabo.
Talvez eles tenham razão...
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À procura de Lucas