SER PAI

O pai é grande. É forte. Pai sabe tudo!

Pai é paizão. É pai herói. Super-homem. É assim que o filho vê o pai.

Não entendemos certas atitudes de nosso pai, quando somos crianças. E enxergamos no papai um gigante. Um Hércules.

A medida que crescemos um pouco, criamos ousadia e botamos defeitos no pai!

Porém, logo percebemos que nossa personalidade está sendo forjada tal qual a dele. Questionamos: Será que teremos os mesmos defeitos e qualidades do nosso pai?

Como nosso modelo precisa ser perfeito e lapidado, fugimos, reinventamos, dando forma avançada, evoluída, ao pai que não é, mas que queremos TER.

Aí criamos em nossos corações e mentes o modelo de pai que almejamos SER.

Este sim é perfeito. Mais que perfeito. Tem toda paciência do mundo. Trata os filhos com carinho, justiça e gratidão. É compreensivo, entende e atende sempre, solícito, eficaz, fazendo o possível e o impossível. Respeita a todos, com carinho e muito amor. Não se mete nos assuntos da juventude, não entende mesmo, mas tem respostas para tudo e sabe ouvir a todos, o que é muito importante. É evoluído, calmo e não reclama de nada. Está sempre disposto e pronto para ajudar, desde que seja chamado. Jamais se mete onde não é chamado!

Um dia passamos a entender perfeitamente nosso velho e ultrapassado pai, é quando ele vira vovô!

Finalmente nós próprios somos pai. Descobrimos nossos defeitos, e, às vezes, aceitamos. Lamentamos nossas falhas e fraquezas. Sucumbimos aos sentimentos e por mais que tentamos não demonstrar nossos erros, não somos infalíveis, percebemos nossos desvios reprováveis a todo momento, a qualquer hora.

É o ônus que pagamos ao passar do pai imaginário ao pai real.

Achávamos complicado ser filho de um pai do tipo antigo. Agora achamos complicado ser pai de um filho do tipo moderno.

Pergunto: Alguém entende às nossas fraquezas e dúvidas?

Respondo: Sim, felizmente alguém vai entender!

- Nossos filhos!

Com um detalhe: Só quando eles forem pais!

Porto Alegre, agosto de 2016.

Jorge Luiz Bledow

JORGE BLEDOW
Enviado por JORGE BLEDOW em 06/09/2016
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