Apologia para a Noite

Ela chegou de mansinho, a lua, a sua parceira maior enfeita a imensidão celeste, com a sua luz cintilante. As estrelas saltam de alegria sobre o espectro solar, encantando os transeuntes que cruzam o caminho. As corujas com os seus pios agourentos, espalham medo e reflexão. Vaga-lumes voam em densas trevas, enchendo de esperança a sinistra noite. Boêmios e prostitutas, enfeitiçados pela magia noturna, cantam e dançam sob a penumbra e ao som de um violão apaixonado. Mas, de repente, a noite que parecia eterna, vai cedendo lugar para os raios rubros que vão surgindo no horizonte além, e o sol, madrugador e pontual vai ampliando sua tenda cristalina, sobre o firmamento celeste. Cessaram-se as vozes, calou-se o violão, as trevas todas se dissiparam, e os notívagos embriagados e variados já estão todos adormecidos.

Giovani Ribeiro Alves
Enviado por Giovani Ribeiro Alves em 05/09/2016
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