GAFE DE UM BANCÁRIO

Pouco tempo de assumir a gerência –omito o nome por motivos óbvios -, fui convidado para jantar da associação comercial. Fui apresentado à empresária elegante, proprietária de lojas de roupas. Mantinha bom círculo de amizade pelo que se via, pois era bem recebida por todos. Disse-me que apesar de manter boa média de depósitos na agência não conseguira até aquele momento o cheque-ouro. Coqueluche daquele momento, devido ao bom marketing do banco. Os inspetores eram rigorosos: examinavam se foram deferidos de acordo com as normas. Ai do gerente que fugisse do estipulado. Disse-lhe que passasse na agência no dia seguinte que o cheque-ouro lhe seria dado.

No dia seguinte, pedi ao funcionário que providenciasse o cheque-ouro à fulana. Ele voltou sorrindo, portando a ficha cadastral dela. –Vamos ver se o senhor tem coragem de deferir –disse com um olhar maroto. Olhei a ficha. Lá constava : pequena empresária. Cafetina. Conhecida por arregimentar garotas de programas para a classe abastada da cidade. Possuía bom patrimônio. A sede da loja estava num local privilegiado. Salas alugadas. Vários imóveis, veículos. Deferi-lhe sem receio e nunca me causou problemas. Nem nunca utilizei dos seus serviços, que fique bem claro.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 05/09/2016
Reeditado em 05/09/2016
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