Virgínius e o Verbo & Imagem da APL
O exercício da criatividade está para os geniais como a prática e a habilidade do ciclismo para o ciclista, ambos, assim, caminham à perfeição que, segundo os filósofos, nunca é alcançada; mas perseverar na sua busca nos leva ao aperfeiçoamento ou à parte do atingível. A criatividade é difícil, como o parto dolorido que alegra e torna feliz a mãe depois de parir. A criatividade é relativa, mas jamais inexistente entre nós, porque sem ela não haveria cultura nem nos distinguiríamos dos apenas instintivos...
Os vultos geniais, excepcionalmente criativos, revelam-se entre os inventivos; Virgínius Figueiredo da Gama e Melo assim se destacou: Enquanto intelectual e escritor, exercitava a crítica literária com criatividade e maestria, não repetindo o que já tinha escutado ou lido, mas com novas ideias, novas imagens, descobrindo estilos que tão bem observava nos escritores e nos livros. Dedicou a vida à literatura; propiciando-nos atrativas conversas na Churrascaria Bambu da Lagoa, não diferentes das suas aulas na então Faculdade de Filosofia, ao lado do Liceu Paraibano.
Ao ocupar a Cadeira 10 da Academia Paraibana de Cinema, cujo patrono é Virgínius, impõe-me o dever de procurar saber quem foi ele, mesmo tendo também desfrutado do seu convívio. Nos quase 100 anos desse imortal, tudo em que houver sinais, rastros ou palavras de Virgínius devemos resgatar. Assim motivado, seu amigo Wills Leal, com Carlos Aranha, ao me ajudar a criar ambiência cineclubística na Academia Paraibana de Letras, nesse 14 de setembro, aniversário da sua fundação (1941), propôs reeditar o livro Verbo & Imagem, que também resgata a memória de Virgínius (1922 - 1975), amante das artes, exímio cinéfilo e cineasta, em que também nos inspiramos para denominar o cinema na APL de Cineclube Verbo & Imagem.