Contadores de Histórias

Sempre gostei de ouvir histórias, inclusive novelas pelo rádio. Mas preferia as histórias ao vivo, nos tmpos das cadeiras na calçada ou na sala repleta de ouvintes ávidos para ouvir as narrativas. O contador era o astro, pontificava, eletrizava, fascinava. Eu adorava os contadores quealém de contar com maestria as histórias, ainda faziam mungangas, gestos, choravam, riam, falavam grosso e fino imitando os personagens das histórias. Só não gostava - sou frouxo paca - das histórias de assombração, quando contavam umameu cabeo arrepiava e eu tremia mais que vara verde, o ocrção batia no ritmo da timbalada.Detalhe: detestava os maus contadores de histórias. E gostava também dos contadores de anedotas eaté dos contadores de mentiras. Adoro uma mentira bem contada.

Sou frustrado por não saber contarao vivo uma história. nem sequer uma anedota. Fico ceio de dedos, sou péssimo nisso. Talvez escrevendo eu consiga enrolar alguma coisa, mas ao vivo sou um fracasso, uma merda. Talvez também devido a essa limitação eu admirasse- e ainda admiro - os contadores de histórias.

Nao sou autoridade em nada, nem manjo quase nada de cultura, mas acho que as entidades culturais e as que lidam com a educação deviam recuperar a cultura oral. Ela é importantíssima e éparte das nossas tradições e peculiaridades. Recuperá-la é fundamental para a cultura. Cultura não é só erudição, cultura é o acervo da memória do povo. Deviam recuperar as histórias orais, muitas inéditas em livro.

No mais, fico com saudade dos contadores de histórias, que no final sempre repetiam: - E entrou por umaperna de pinto e saiu por uma de pato, Seu Rei mandou contar mais cinco. Ou era quatro... Faztanto tempo... Que saudade, uma saudade de verdade.Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 02/09/2016
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