Um Domingo Santificado
“Alguns guardam o domingo indo à igreja”, diz o escritor Emily Dickinson. Eu guardo vivendo uma manhã colorida toda especial. Uma música de fundo, um pouco de vinho sempre me acompanha na fazeção do meu almoço dominical. Da cozinha preparando iguarias vejo meus santos na sala de jantar. São vários acostumados comigo, em conceder-me os pedidos que de vez em quando, são necessários. Não peço muito, pois a maioria deles consigo resolver sozinha. Aos domingos recebo no meu portão as mulheres evangélicas, que abrem a Bíblia tentando me elevar espiritualmente. Eu as ouço, já sabendo que não é uma hora muito própria para o caminho da santificação, quando se tem um copo de vinho e uma lasanha me esperando.
Os santos já estão comigo há muito tempo e sabem da minha trajetória, inclusive que sendo professora a maior parte da minha vida, tenho grande chance do céu me receber. A missa aos domingos para muitas pessoas é um ato repetitivo e automático. Prefiro, portanto, conversar com Deus nos meus momentos especiais.
Copiando Adélia Prado: De que modo vou abrir a janela da alma, na ausência de fé?