Tchau, Querida Democracia!
Impeachment é uma palavra de origem inglesa que significa trocar o ruim pelo pior.
Ediel
É… Quando falaram a primeira vez em impeachment, eu achei que era desvario dos mal perdedores tucanos. Nesta quarta-feira, a grande piada teve seu triste desfecho. Não adiantou o discurso da presidente, considerado brilhante. Não adiantou nem mesmo a conclusão do Ministério Público de que as tais pedaladas fiscais - pretexto para o processo - não podem ser consideradas crime. Mais fácil mudar um pensamento do que um voto negociado. Mas, mantiveram os direito políticos da presidente, o que torna ainda mais esdrúxulo esse episódio todo.
Fosse Temer um bom governante, sobre o qual não pairassem tantas acusações - estando inclusive inelegível por oito anos -, tivesse escolhido um ministério menos machista, menos racista, mais honesto e competente, tivesse já apresentado algum ato pelo fim da corrupção, pela reforma política, pela redução das desigualdades, pelo aumento da segurança, do emprego, pela melhoria da educação e da saúde… Fosse ele a solução encarnada para todos os problemas deste País - e não preciso ser eu a dizer que ele não é -, ainda assim, eu estaria lamentando nosso atual momento histórico.
Dilma foi retirada do Planalto por sua inabilidade política e econômica, por negligenciar e isolar o vice, por subestimar o congresso. Motivos de sobra para ser persona non grata no meio político, mas não para o impeachment, que é um mecanismo legal criado para afastar do poder um governante que tenha, comprovadamente, cometido crime de responsabilidade.
Já disse antes e repito. Não gosto dela. Sempre votei nela “apesar de”, por julgar ainda muito piores as outras opções e seus planos de governo.
E é isso o que me dói mais: ver o voto da maioria dos brasileiros ser simplesmente jogado no lixo por 61 senadores, a maioria acusada de desvios e propinas, apoiados por uma massa de manobra burra que se deixou levar às ruas numa pretensa guerra contra a corrupção, sabendo que a maior acusação que pesa sobre Dilma não passa de um não-crime e que colocou no poder uma corja muito pior, com um plano de governo que eu sempre rejeitei.
Fazer o quê. É a lei. Cumpra-se.
Tchau, querida democracia. Se cuida!
E volta logo, viu?
Texto publicado no Jornal Alô Brasília de hoje.
Fosse Temer um bom governante, sobre o qual não pairassem tantas acusações - estando inclusive inelegível por oito anos -, tivesse escolhido um ministério menos machista, menos racista, mais honesto e competente, tivesse já apresentado algum ato pelo fim da corrupção, pela reforma política, pela redução das desigualdades, pelo aumento da segurança, do emprego, pela melhoria da educação e da saúde… Fosse ele a solução encarnada para todos os problemas deste País - e não preciso ser eu a dizer que ele não é -, ainda assim, eu estaria lamentando nosso atual momento histórico.
Dilma foi retirada do Planalto por sua inabilidade política e econômica, por negligenciar e isolar o vice, por subestimar o congresso. Motivos de sobra para ser persona non grata no meio político, mas não para o impeachment, que é um mecanismo legal criado para afastar do poder um governante que tenha, comprovadamente, cometido crime de responsabilidade.
Já disse antes e repito. Não gosto dela. Sempre votei nela “apesar de”, por julgar ainda muito piores as outras opções e seus planos de governo.
E é isso o que me dói mais: ver o voto da maioria dos brasileiros ser simplesmente jogado no lixo por 61 senadores, a maioria acusada de desvios e propinas, apoiados por uma massa de manobra burra que se deixou levar às ruas numa pretensa guerra contra a corrupção, sabendo que a maior acusação que pesa sobre Dilma não passa de um não-crime e que colocou no poder uma corja muito pior, com um plano de governo que eu sempre rejeitei.
Fazer o quê. É a lei. Cumpra-se.
Tchau, querida democracia. Se cuida!
E volta logo, viu?
Texto publicado no Jornal Alô Brasília de hoje.