Lidar com nenês.
Nunca me senti "grávido" como alguns costumam se intitular, e acham lindo dizer isso. Com toda a franqueza , eu nunca disse tal coisa. Ouvia o coração bater com o ouvido grudado à barriga, ou colocava a mão para sentir o chute; " Nossa, esse vai ser jogador" . Não escrevi o nome na barriga com o batom, ou exagerei no trato, tudo muito normal, mas com amor e espera ". Nunca consegui trocar uma única fralda, com aquele melequinha grudada, tinha medo de pegar o nenê no colo e derrubar. Peguei algumas vezes, e me senti inseguro, ainda mais no banho, pareciam demasiado escorregadios. Muitas vezes pensei que as crianças já deveriam nascer com três anos pelo menos, que já pudessem entender um pouco e interagir melhor, rsrsss...Cheguei a me questionar, " Não tenho vocação , será que realmente nasci para ser pai ?".
O tempo me colocou no prumo, e fazendo um balanço geral, me aprovo com uma honrosa nota sete, me superei , fui além das expectativas, "as minhas pelo menos", pois fui bem na tarefa do cuidado e da educação, apesar da pouca idade. Aos vinte e oito já tinha três filhos, e nunca negligenciei nada.
As vezes era meio brincalhão, mais moleque do que eles, e a minha esposa me repreendia; " Não ensine essas coisas para as crianças". Me refiro a um dia em que a minha filha mais velha veio choramingando; " Papai, o Julinho me xingou ", e eu estava ocupado , e só respondi : " Manda ele ir tomar no curucucu", ( me lembrando de uma frase pichada num muro qualquer), então a Mônica ( com uns quatro anos) ,foi ao quintal e gritou bem alto ; " Julinho, vai no tomar curucucu"...quase rolei no chão de tanto rir.
Por favor não sejam rigorosos demais comigo, já se passaram muitos anos, e meus filhos me adoram, sou realizado na função que Deus me atribuiu, e se ele o fez, certamente sabia da minha superação.