♫ Não quero medir a altura do tombo, nem passar agosto esperando setembro... Vida, vida noves fora zero... ♫ 
                                      (Zeca Baleiro cantando, Bandeira)




Tempos insanos! Tempos insensatos! Tempos podres!
Nunca se viu tantas amizades virtuais desfeitas e amigos bloqueados nas redes sociais. (Amigos?)
Nunca se viu tanta mentira, tanta traição, tanto engodo. 
Nunca se viu tanto xingamento, tanta agressão gratuita, tanta bobagem escrita, dita e pensada.
Nunca se viu tantos adoradores de deuses de um reino podre!
Nunca se viu tantos pobres mortais no reino podre dos deuses querendo ser donos da verdade.
Pobres mortais defendendo o reino dos deuses tentando convencer o outro que o seu ponto de vista, seu modo de pensar e de enxergar o reino, é a verdade.
Qual é a verdade?
Como podes dizer a teu irmão: Permite-me remover o cisco do teu olho, quando há uma viga no teu? (Escrituras Sagradas)
Tempos fétidos! Tempos podres!

Enquanto isso, no Olimpo, a vida dos deuses continua maravilhosa e promissora. Os conchavos e alianças se estreitando, os tapinhas nas costas cada vez mais calorosos e o risinho cínico no canto dos lábios correndo solto a debochar dos pobres mortais.
E os pobres mortais?
Ah, os pobres mortais!
Por amor cego e insano aos deuses, como gladiadores se matam, se odeiam, se bloqueiam, se ferem como animais ferozes em divertimentos públicos nas arenas do Panem et circenses.
E os deuses do Olimpo?
Ah, os deuses do Olimpo!
Julgando-se imunes e intocáveis, sequer importam-se ou sabem da existência desses pobres e infelizes mortais.

Pobres e infelizes mortais a enfrentar tempestades, terremotos e tsunamis pelos deuses do Olimpo que não pulariam sequer uma poça d’água por eles.
Tempos insanos! Tempos podres!

A maturidade há de ensinar aos pobres mortais que deuses passam, que o reino podre é efêmero e se desfaz como nuvens. Que a efemeridade depende tão somente do vento. Vento vindo da força que os pobres mortais ainda não sabem que possuem. E se sabem desconhecem como usá-la.
A maturidade há de ensinar que há desgastes que não valem a pena. Há de ensiná-los a ser seletivos nas batalhas e que, muitas vezes, ‘estar em paz é melhor do que estar certo’.

Há de ensinar que a vida...
A vida? A vida se vai, se esvai com deuses e mortais...
A vida noves fora zero.


 
Suzana França
Enviado por Suzana França em 01/09/2016
Reeditado em 03/09/2016
Código do texto: T5747187
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