INDECISÃO OU COMPULSÃO

Pouco tenho de consumista, isso posso afirmar. Porém, é bom que se diga, que vez ou outra, uma compra não consigo evitar. Semana que passou, tirei um dia para visitar uma imensa e linda loja destinada a vestir dormitórios, salas de jantar, living, banheiros, lavabos, cozinhas. Também, não vou mentir: é, em um lugar assim, que o pouco que tenho de consumista, vem à baila.
Depois de ter me entretido andando pelos corredores decorados com muito bom gosto, eu percebi, que havia escolhido itens demais. Fiz uma pausa para selecionar o que ia ficar, e o que eu ia levar. Aí é que a indecisão surgiu, quase tudo que eu havia escolhido estava em promoção, o preço era muito convidado, em relação a qualidade e beleza dos itens. Interessante que nesse momento, me veio a lembrança o armazém do meu avô, lá na vila da minha infância, era o único que existia no lugar, e além dos alimentos, a "venda do seu Totó" (assim era chamado o armazém por todos na vila) tinha um pequeno bazar onde os moradores podiam comprar objetos para suas cozinhas, entre as panelas e louças brancas, creio que nenhuma dúvida, restava aos compradores da pequena vila. Ri dessas lembranças, e pensei: eles eram felizes e não sabiam, hoje há tantas opções, ainda mais em uma cidade como Nova Iorque, que no quisito compras, tem a disposição do consumidor, produtos do mundo inteiro, além de qualidade, variedade e ótimos preços. Tudo isso é certo que ajuda, mas também gera dúvidas na hora da escolha.
Há mais de meio século, na venda simples do seu Totó, bastava chegar e comprar, não havia outra opção, somente as louças brancas, e as panelas de alumínio, ou de ferro. Hoje, a imensidão de itens a disposição nas lojas, muitas vezes, nos faz reféns da nossa própria indecisão ou compulsão. 



(imagem: Lenapena)

 
Lenapena
Enviado por Lenapena em 01/09/2016
Reeditado em 02/09/2016
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