Eterno retorno

Eterno retorno

Uma vila inglesa onde viveram aqueles que vieram de longe para construir sobre a serra coberta pela mata atlântica, a estrada de ferro, que liga a cidade São Paulo a Santos.

Onde foi a velha estação, um totem com o relógio ao estilo londrino ainda marca o tempo. Tempo lento e implacável

Uma locomotiva enferruja-se lentamente sobre a relva verde que ao contrario, se renova a cada instante.

O que faziam eles, os ingleses, nas quentes e enluaradas noites tropicais?

Talvez lessem Shakespeare, histórias de príncipes e de reis, poemas de Blake, talvez lessem Oscar Wilde .

Como será que pronunciavam os seus distantes amados, quando liam suas cartas o nome Paranapiacaba?

Lá em cima do pequeno morro existe agora um museu, onde morava o engenheiro, seu quarto, seus livros, sua adega e a janela de onde ele enxergava todo o vale.

O trem to tempo levou o trem de ferro e como uma longa fila de vagões, levou o povo daquela vila, o vinho da adega do engenheiro, levou Blake, Shakespeare e Wilde.

E um dia levará também o vale e a mata atlântica e esta serra.

E depois de um inimaginável tempo tudo renascerá..

Renascerei eu e também este momento.