IMPEACHMENT, CONJUNTURA CASUÍSTICA.
Sensação de torpor e impotência no decorrer do processo de impeachment nesta reta final... Não bastam as evidências, as provas, os argumentos robustos, debalde a verdade, o que vale é o premeditado GOLPE urdido nos gabinetes de Eduardo Cunha, Michel Temer e camarilha, associados em quadrilha para investirem contra a legitimidade das urnas, solapando e desacreditando a nossa democracia, perante a nós brasileiros e ao mundo. Fatos torcidos, num esforço criativo de contorcionismo jurídico, contestado brilhantemente pela defesa, mas insensível aos senadores investidos de juízes naturais. Como se temessem o futuro caso malogre a aberração, assuntam nas entrelinhas o medo da governabilidade caso Dilma retorne. É uma constatação patética, pois eles, o Congresso Nacional, são os agentes políticos, representam a sociedade, e podem, caso desejem, dar condições à presidenta de seguir no comando, em pról dos interesses nacionais, em respeito ao programa consagrado nas urnas de 2014. Mas não, alegam dificuldades de retomar as rédeas de governo pela presidenta, títeres em que se transformaram dentro da engrenagem golpista. Ouvi, estarrecido, nesta madrugada, um senador alardear a retomada do crescimento econômico graças às medidas tomadas pelo Interino, e o fez em gestos teatrais, histrionices que beiram ao surrealismo das interpretações. Nem mesmo com a mídia conivente estão conseguindo dourar a pílula de uma conjuntura complexa, ampliada pela crise política conveniente ao grupo usurpador em detrimento do povo brasileiro. O que se anuncia é um arrocho sobre todas as conquistas das políticas de inclusão social jamais vistas na história da República, desde o advento da Consolidação das Leis Trabalhistas, a CLT. O timão desta nau à deriva singra, oscilante, os mares nas tempestades, atuais e vindouras, segregando o povo às galés, ou às senzalas, das quais a pseudo elite tanto deseja, e manifesta verdadeira fobia, ojeriza, pela ascensão promovida pelas políticas sociais tomadas nas gestões de Lula e Dilma. Ocorre, como bem lembra o senador Roberto Requião em seu discurso último, de que o povo não abrirá mão do que já experimentou, sendo a pedra no sapato dos almofadinhas corruptos e golpistas. Se tornarem Lula inelegível, o que pretendem, haverá outros nomes a ostentar a bandeira, e a eles, experimentarão o amargo das derrotas,como, aliás, já ocorrido nas 4 eleições anteriores. Não temos um Congresso compromissado com o Povo, o mesmo que destronou João Goulart em 1964, dando um verniz de legalidade aos brucutus de farda de então.