ENQUANTO HOUVER AMOR DE MÃE

Eu seguia sem roteiro estabelecido, só pelo prazer de observar as pessoas, e os lugares.
Ao passar pelo Rockefeller Center, resolvi me sentar. Naquele belo local o fluxo de pessoas é enorme. Desde menina, sempre gostei de observar as pessoas. Ali não me faltaria o que ver, pois, tem gente do mundo inteiro, cada qual com seus costumes, vestimentas, idioma.
De repente em meio a todos aqueles turistas, empunhando suas câmeras fotográficas, me deparo com uma cena inusitada. Nunca pensei em ver algo assim, naquele lugar.
Uma mulher, com três crianças, a mais nova uma menina que pelo tamanho tinha mais de dois anos, sentou-se ao meu lado, aconchegou ao colo a filha, que ávida buscou o seio materno, e o sugou com tanta vontade, que deu-me a impressão que encontrou ali, o néctar sagrado da vida.
Por alguns instantes não pude desviar o olhar, mesmo que a boa educação me mandasse. A cena me fascinou, pelo ato de total doação de amor, que nela havia.
As outras duas crianças, mais velhas do que a que mamava ao seio, aguardavam pacientemente a irmã caçula se alimentar. 
Creio que meu olhar demonstrou o que eu sentia, ao presenciar aquele momento de puro carinho. Pois, a mãe, me olhou nos olhos, e devolveu-me um sorriso, e continuou, cheia de paciência e afeto a missão de alimentar sua caçula, que mamou até se fartar, e em seguida se pôs em pé, e saiu com os outros dois irmãos em direção a pista de patinação que existe no local.
Em poucos segundos, a mãe se ajeitou, acenou-me com uma das mãos, e apressada foi atrás de suas três crianças.
Acompanhei-a com o olhar, e não pude deixar de pensar: "enquanto o mundo contar com o amor generoso desses anjos que respondem pelo nome de mãe, ele estará a salvo".



(Imagem: Lenapena - Rockefeller Center)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 28/08/2016
Reeditado em 28/08/2016
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