A reunião
Homens que se acusam, se xingam e se enxovalham numa das cortes mais altas do país. São os senadores, funcionários públicos estáveis, com elevadas remunerações provenientes do dinheiro do povo, eleitos na suposição de poderem representa-lo.
Esses nossos representantes atribuem-se ilícitos que já não são novidade para muitos de nós. Essa reunião, marcada por uma descompostura generalizada, teria a habitual justificativa, fácil de se imaginar, se acontecesse numa comunidade carente, onde a maioria, como sabemos, compõe-se de pessoas negras e sem recursos. Mas acontece numa corte de expressão nacional, onde as decisões afetam, de uma forma ou de outra, o destino de todos. Onde ficamos sabendo que uma pessoa pode ser empossada num cargo, no gabinete de um senador, percebendo cerca de R$ 20 mil, o que certamente não estará ao alcance de 1% da população.
Deve estar faltando educação. Não a acadêmica, endêmica, mas que nem sempre resolve. Mas a educação para a vida, que parece que só vamos entender com a morte, quando o desapego se dá independentemente do nosso desejo.