MADRE TEREZA DE CALCUTÁ.SUAS DÚVIDAS.

Madre Teresa, em cartas, revelava como sentia falta de respostas de Deus. No ano de 1956 escreveu: "Tão profunda ânsia por Deus - e ... repulsa - vazio - sem fé - sem amor - sem fervor. Almas não atrai - O céu não significa nada - reze por mim para que eu continue sorrindo para Ele apesar de tudo."

Significativo quem por toda a vida doou sua existência ao Altíssimo em suas ações de caridade, em seguimento à Escola Maior e única, a de Cristo, visibilizar e superar barreiras da inteligência compreensiva, mas sempre rogando: “reze por mim para que eu continue sorrindo para Ele apesar de tudo”.

Quem somos nós diante de almas dessa grandeza para aquilatar nossas faltas e fraquezas com a fé?

Em 1959 realçou: "Se não houver Deus - não pode haver alma - se não houver alma então, Jesus - Você também não é real."

E o Nazareno obtinha sempre seu sorriso através de suas obras, lavava sua remissão na caridade. Suas dúvidas se mesclavam em sua obra e em seu tranquilo sorriso para Ele. Fazia da bondade o diamante da fé que brilhava nas dúvidas.

Disse ao Padre Neuner em carta: "Pela primeira vez ao longo de 11 anos - cheguei a amar a escuridão. - Pois agora acredito que é parte, uma parte muito, muito pequena da escuridão e da dor de Jesus neste mundo. O Senhor ensinou-me a aceitá-la [como] um 'lado espiritual de sua obra', como escreveu. - Hoje senti realmente uma profunda alegria - que Jesus já não pode passar pela agonia - mas que quer passar por mim. - Abandono-me a Ele mais do que nunca. - Sim - mais do que nunca estarei à disposição."

Madre Tereza sofria com o Silêncio de Deus como assentado por estudiosos. A compreensão fustiga as almas quando vê a dor injusta se espalhar pelo mundo. Isso levou à sua crise espiritual iniciada nos anos cinquenta, coincidentemente, logo após a fundação da ordem das Missionárias da Caridade.

Desse passo foi acossada por grande fase de escuridão interior que findou com sua morte. Nunca, contudo, esteve longe de Deus, “mas não conseguia sentir nada", como sinalizam algumas considerações.

Na teologia mística cristã foi São João da Cruz quem adjetivou de “noite escura do espírito”, essa fase de alguns santos na caminhada para chegarem à intimidade de Deus.

Bento XVI considerando as cartas destaca que essa fase cíclica é pano de fundo para os descrentes.

Kolodiejchuk vê na postura da beata uma contrariedade diante do sentimentalismo: "A tendência em nossa vida espiritual, e também na atitude mais geral relativamente ao amor, é que o que conta são os nossos sentimentos. Assim a totalidade do amor é o que sentimos. Mas o amor autêntico a alguém requer o compromisso, fidelidade e vulnerabilidade. Madre Teresa não "sentia" o amor de Cristo, e poderia ter cortado, mas levantava-se às 4:30 h. cada manhã por Jesus e era capaz de escrever-lhe: Tua felicidade é o único que quero. Este é um poderoso exemplo, inclusive em termos não puramente religiosos."

Prevaleceu seu sorriso para Ele através da caridade que pontilhou cada segundo de sua VIDA SANTA.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 26/08/2016
Reeditado em 26/08/2016
Código do texto: T5740472
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