A FESTA ACABOU, OS PROBELMAS NÃO

A festa acabou. As medalhas, com exceção das dezenove, valorosamente conquistadas, pelos nossos atletas, foram parar bem longe das terras que sediaram as olimpíadas.
Se fizermos um balanço, quanto aos valores que foram investidos, e o que ficou de saldo para o país, tenho certeza, que assim como a última copa do mundo, o saldo será negativo.
Grande parte da população brasileira, não era conivente com a realização de um evento dessa magnitude em um país, onde áreas básicas sofrem necessidade de tudo, como é o caso da:  Educação, Saúde, Seguraça, desemprego (são quase 12 milhões de desempregados), transporte público, dentre outros.

Eu acredito que um país, onde falta o essencial para a população, não deveria sediar uma evento tão dispendioso, como é uma olimpíada.
Porém, mais uma vez, vi o Brasil se dispor a ser o anfitrião de um mega evento, e a população aceitar a decisão, como gado aceita ser marcado. Pior ainda, muitos dos que eram contrário a realização do evento, mudaram de ideia, e os ouço ou leio, dizer:  "Ah, pelo menos o país mostrou ao mundo do que é capaz de fazer".
Fico estarrecida, e me pergunto, mostrou o quê? 
Mostrou, mais uma vez, que deixou de investir onde de fato deveria, para atender a interesses escusos, ou elevar o ego de alguns?
Essa Olimpídada custou uma montanha gigantesca de dinheiro. Dinheiro esse, que devia ser investido em áreas da Saúde e da educação, principalmente, sem falar que, o estado que sediou o evento, se diz falido.
Pergunto: não é um contra-senso, um cidadão que está com saldo negativo, promover uma festança em sua casa? 

Onde encontrar lógica, ou achar que vivo em um país sério, se toda essa festa gigantesca, repleta de brilho e cores, não alterou para melhor, nem amenizou as necessidades básicas, de um povo valoroso e sofrido, ou sequer diminuiu uma vírgula a crise econômica/social, do país?
Porque achar que fizemos bonito para o mundo, se em nosso país, há pessoas morrendo sem atendimento médico. Muitas (e coloca muitas nisso) morrendo por conta da violência, que é vista como rotineira em grande parte de nossas cidades, sendo que nosso estado de insegurança e violência, beira a dos países em guerra. Se vivemos em um lugar onde os professores não são respeitados, e recebem um salário de miséria. Onde o cidadão comum, para ir ao trabalho depende de um transporte público de péssima qualidade. Onde a corrupção envolve a tantos que governam essa castigada nação.
Faríamos bonito para nós (que é o que realmente conta) e depois para o mundo (como consequência) se declinássemos de sediar eventos desse porte, e volvéssemos nosso olhar e atenção para as carências sem fim, que esmagam toda a população do país.

Minha visão é simplista, ou quem sabe parcial, dirão alguns, talvez, direi eu. Mas é a que tenho. Pouco adianta o país mostrar que é capaz de fazer uma abertura digna de países de primeiro mundo, se em verdade estamos longe de ser.
Para muitos, foi um período de festa, para outros foi magico. Eu, não sinto assim, vejo que mais uma vez, mascaramos os problemas, adiamos as soluções, desvíamos recursos de setores importantíssimos.
Enfim, um país comprometido com uma séria crise econômica, promoveu uma pomposa festa. A festa acabou, os graves problemas não.



(Imagem: Lenapena - Barclays Center)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 25/08/2016
Reeditado em 26/08/2016
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