E o que tem a me dizer do Padre Zabelinha?
A pergunta, provocadora, não é minha. E muito menos a resposta que se lhe deu. Faz alusão a um diálogo entre o saudoso Pingo, destacado comerciante de Pitangui e militante atuante na informação e formação da história da Velha Serrana, e um velho amigo seu, cronista par excellence da cidade, o Monsenhor Vicente Soares.
Vicente foi fundo em sua pesquisa e produziu mais um belo capítulo em sua História de Pitangui, livrão de capa preta publicado há quase meio século. E Vicente parece ter esclarecido de uma vez por todas a verdade sobre a figura folclórica do referido Padre Zabelinha.
Tudo teria originado a partir da divulgação de um lendário diamante do Abaeté que istumou a cobiça internacional desenfreada naquela preciosidade. E um falsário português teria conseguido uma patente forjada para aproximar-se do tesouro, fazendo-se de religioso.
E Zabelinha teria pintado e bordado sob a sua nova identidade neste novo mundo. O próprio apodo já parece dizer bem de sua afável inidoneidade.
Se vigiou e orou, respostas não lhes dou. Sei, contudo, que muito obrou, na sombra em que muito medrou. E impostou.
Mano César, ledor contumaz e de memória perspicaz, talvez tenha algo a acrescentar e a esclarecer. Quanto a mim, nada dando a Temer, é no final juízo que prometo algo mais dizer, seguro de que no paraíso, Zabelinha hei de conhecer...