Quem nunca?

Fabio conheceu Renata, horas pareciam minutos enquanto trocavam mensagens, enquanto falavam amenidades, cada um do seu celular, cada um de um ponto da cidade. Era longe? Talvez, mas não importava. Para ele, era sempre o primeiro "bom dia". Para ela, o ultima "durma bem, boa noite". A distância nao importava.

Se viram pela primeira vez, se beijaram. Estranho pensar que se falaram tanto antes de, de fato, se verem? Talvez, os tempos são outros, e por isso Fabio agradecia. Conhecia alguém tão bem e nem ao menos a vira. As coisas acontecem ao acaso, e por isso, Renata agradecia.

Renata saiu com Fabio, uma, duas, três vezes. Eles se entendiam, se queriam, se desejavam.

Mas a rotina, a rotina é uma vilã. A distância que antes não importava, agora importou. O boa noite, já não era enviado. O bom dia, raramente era visto ao acordar. Olhar o celular esperando uma mensagem se tornou uma rotina. Mas , por que, não enviar ele mesmo uma mensagem pra ela? Sentia falta? Sentia. Mas o orgulho, ah o orgulho. O orgulho não deixa. Sejamos francos, quem nunca foi Fabio?

O tempo passou, a vontade não. Voltaram a se falar, mas agora o bom dia já não era mais para ele, as horas intermináveis de trocas de mensagens também não. E agora, não adianta mais correr atrás do prejuizo. Não? Não para Fabio. Fabio tentou. Afinal, quem nunca foi Fabio?

Mas era tarde, tão tarde que agora as noites viradas conversando já não existiam mais. Não entre eles, pelo menos. Decidido a aceitar, ele resolve não mais procura-la.

" A lembrança dela, já basta."

" A distancia é a melhor forma pra não pensar mais"

Pensava ele. Repito, quem nunca foi Fabio?

"Bom diaa" - Viu Fabio ao ligar o celular . Logo agora, que ele já a havia "esquecido"?

"Não vou responder, não vou responder, não vou responder"...

"Booom dia" - Ele enviou.

Não o julgue, você já foi Fabio.

Risadas aqui, risadas ali. "você sumiu" daqui, "você que não fala comigo" de lá. Seria a redenção? Não. Renata gostava, sim, de Fabio. Sentia falta de conversar com ele, mas não da forma que ele imaginou.

Sorriso amarelo, risadas forçadas.

Renata, não sentia mais a mesma vontade, o desejo. Afinal, quem nunca foi Renata?

GL
Enviado por GL em 24/08/2016
Reeditado em 24/08/2016
Código do texto: T5738108
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