Ter saudade até que é bom...

E a saudade, hein? Como é difícil lidar com ela. Às vezes, basta um cheiro, uma música ou uma palavra... E pronto! Lá vem ela, entra em ação e trás consigo outros tantos sentimentos: tristeza, alegria, esperança, nostalgia, além daquele desejo incontrolável de voltar no tempo ou mesmo de voltar para perto da fonte causadora desse sentimento, que na minha opinião, é gostoso mas, machuca. É, a saudade dói no coração, na alma.

Tudo parece melancolia quando o coração aperta e vem aquele nó na garganta, lembrando um amor, uma fase da vida ou mesmo um lugar. A saudade pode ser transformada num sentimento confortante, mas, pra isso temos que nos livrar do lado sombrio da melancolia e ficar só com o lado bom e gostoso do que está longe, de quem não está por perto...

A saudade leva a uma reavaliação de como estamos conduzindo a nossa vida, que pode estar muito acelerada ou desconectada de nossa realidade e necessidades. Sentir saudades é bom, mas é preciso aprender a abrir espaços para novas experiências, vivências e pessoas, sem necessariamente abrir mão do que causa aquele vazio. Acho que para que isso aconteça basta manter acesa dentro do peito a chama, fazendo com que a razão de nossa saudade permaneça viva dentro de nós, seja onde e por quanto tempo for. É vivenciar a saudade de forma positiva, deixando de fora a dor da amargura, estimulando as recordações dos momentos alegres e visualizando o momento do reencontro, momento em que toda a angústia vai para o espaço e nosso coração se enche de alegria outra vez. Não existe nada que acabe com a saudade, a não ser ter de volta nosso objeto de amor. A saudade ainda é a mais profunda forma de amor, respeito e admiração.

'Ter saudade até que é bom. É melhor que caminhar sozinho'.