De Garrincha a Ryan Lochte
Se o Flamengo perde para o Vasco que jogou indiscutivelmente melhor, a obrigação do flamenguista é reconhecer a derrota e até elogiar o adversário, admitindo que o seu clube teve o que mereceu. Muitos rubro-negros, ou quase todos, não fazem assim. Mas deveriam.
A obrigação de todos os torcedores do Rio, não só os rubro-negros, é reconhecer, quando for o caso, que o Botafogo foi o clube que mais jogadores forneceu à seleção brasileira. Estando incluídos entre eles craques como Gérson, Amarildo, Didi, Nilton Santos e o inesquecível Garrincha, o maior jogador do mundo, para os nascidos na década de 40 e que por azar ou sorte continuam vivos até agora.
Do mesmo modo, a obrigação dos petistas, dos que entenderem assim, é, antes de tudo, continuar a ser petistas, o que deve merecer o respeito de todos. Mas também seria a de reconhecer e apontar os eventuais corruptos que ajudam a denegrir o partido e sugerir ou solicitar o seu descredenciamento da agremiação. O que, de resto, deveriam fazer todos os brasileiros envolvidos com os demais partidos políticos com igual, menor ou maior número de corruptos.
Corretamente agiu a imprensa americana, depois que descobriu a trama fantasiosa do nadador Ryan Lochte no Brasil, chamando-o de "mentiroso e dizendo que incorporava o pior estereótipo do americano ‘bêbado’ no exterior”.
Talvez seja repetitivo dizer - mas não de lembrar - que cortar na carne ou procurarmos usar da maior sinceridade possível com opiniões e coisas que nos dizem respeito, é certamente uma forma de chegarmos perto da isenção. E adquirir dessa maneira a respeitabilidade alheia.
Rio, 20/08/2016