“Nós Vaiamos e Eles Atiram Bananas”
Atiravam-se pedras.
Isto! Antes se jogavam pedras. Era assim que nossos antepassados se protegiam. O tiro de pedra virou lascas. As lascas, lanças.
Se as pedras eram para afastar predadores, no pós-primitivismo, no patriarcado elas eram atiradas em adúlteras – isto mesmo, em mulheres que não queriam mais os seus maridos (este é o amor propostos pelas hipócritas religiões).
Para civilizar os gregos inventaram as coroas de louro para premiar e os romanos, nos circos, inventaram as vaias - sons guturais opostos à ovação, às palmas e às aclamações. Além das vaias atiravam-se aos leões só para ver os gentios devorados pelas feras. Não, os gregos não eram mais humanos ou civilizados. Para repudiar obrigavam os discordantes beberem veneno, a cicuta. Era a Política da Pólis. E o condenado tinha que fazer o seu ato de suicídio em público. Eles eram tão violentos quanto qualquer bárbaro.
A vaia dos males é o menor. É a forma mais civilizada de, em turba, se manifestar oposição, desagrado, decepção.
A contemporaneidade reinventou as olimpíadas. Releitura dos ginásios gregos onde cidadãos velhos, barrigudos, lentos, gordos de tanto comerem – também Esparciatas e depois Patrícios – admiravam a nudez dos jovens atletas e suas musculaturas. Os homens eram para os ginásios e as mulheres resguardadas nos gineceus para que os patriarcas tivessem garantidas suas descendências legítimas e não bastardos.
As Olimpíadas, além de serem reminiscências dos Ginásios gregos, são também releitura do Circo romano.
E foi assim que na Olimpíada de 2016 o atleta que todos apontavam como medalhista de ouro, um francês, decepcionou. Quem venceu foi um brasileiro. O francês irritado reclamou e se recusou a comemorar junto com o colega dos trópicos.
O técnico do francês ainda declarou que ele havia perdido por causa da mandiga que fizeram nos terreiros de candomblé – extrapolaram o vexame! Deve ser complexo histórico de quando os franceses foram expulsos do Haiti e da Louisiana, tendo suas políticas imperialistas derrotadas. Deram como desculpas como sendo vítimas da obra de Vodu.
No dia da premiação aplausos para o ouro e para os supersticiosos, atemporais, e derrotados vaias e mais vaias. Delírio da torcida como catarse coletiva.
O francês chorou!
Logo a mídia que sofre também complexos colonialistas por achar que o que é europeu é melhor recriminou as vaias.
Houve quem salientasse, muito bem observado, relembrando quando na Europa, que se diz tão civilizada, afros-descendentes foram humilhados por aqueles brancos preconceituosos lhes atirarem bananas e imitarem macaquices.
O atleta francês procurou a mídia e pediu desculpas por seu desequilíbrio emocional, falta de espírito esportivo e pelas declarações atravessadas de seu técnico.
Desculpas à parte, fica frisado para calar todo fascista preconceituoso: “Se nós vaiamos a decepção alheia, eles jogam bananas humilhando o humano que está além das etnias”.
Atiravam-se pedras.
Isto! Antes se jogavam pedras. Era assim que nossos antepassados se protegiam. O tiro de pedra virou lascas. As lascas, lanças.
Se as pedras eram para afastar predadores, no pós-primitivismo, no patriarcado elas eram atiradas em adúlteras – isto mesmo, em mulheres que não queriam mais os seus maridos (este é o amor propostos pelas hipócritas religiões).
Para civilizar os gregos inventaram as coroas de louro para premiar e os romanos, nos circos, inventaram as vaias - sons guturais opostos à ovação, às palmas e às aclamações. Além das vaias atiravam-se aos leões só para ver os gentios devorados pelas feras. Não, os gregos não eram mais humanos ou civilizados. Para repudiar obrigavam os discordantes beberem veneno, a cicuta. Era a Política da Pólis. E o condenado tinha que fazer o seu ato de suicídio em público. Eles eram tão violentos quanto qualquer bárbaro.
A vaia dos males é o menor. É a forma mais civilizada de, em turba, se manifestar oposição, desagrado, decepção.
A contemporaneidade reinventou as olimpíadas. Releitura dos ginásios gregos onde cidadãos velhos, barrigudos, lentos, gordos de tanto comerem – também Esparciatas e depois Patrícios – admiravam a nudez dos jovens atletas e suas musculaturas. Os homens eram para os ginásios e as mulheres resguardadas nos gineceus para que os patriarcas tivessem garantidas suas descendências legítimas e não bastardos.
As Olimpíadas, além de serem reminiscências dos Ginásios gregos, são também releitura do Circo romano.
E foi assim que na Olimpíada de 2016 o atleta que todos apontavam como medalhista de ouro, um francês, decepcionou. Quem venceu foi um brasileiro. O francês irritado reclamou e se recusou a comemorar junto com o colega dos trópicos.
O técnico do francês ainda declarou que ele havia perdido por causa da mandiga que fizeram nos terreiros de candomblé – extrapolaram o vexame! Deve ser complexo histórico de quando os franceses foram expulsos do Haiti e da Louisiana, tendo suas políticas imperialistas derrotadas. Deram como desculpas como sendo vítimas da obra de Vodu.
No dia da premiação aplausos para o ouro e para os supersticiosos, atemporais, e derrotados vaias e mais vaias. Delírio da torcida como catarse coletiva.
O francês chorou!
Logo a mídia que sofre também complexos colonialistas por achar que o que é europeu é melhor recriminou as vaias.
Houve quem salientasse, muito bem observado, relembrando quando na Europa, que se diz tão civilizada, afros-descendentes foram humilhados por aqueles brancos preconceituosos lhes atirarem bananas e imitarem macaquices.
O atleta francês procurou a mídia e pediu desculpas por seu desequilíbrio emocional, falta de espírito esportivo e pelas declarações atravessadas de seu técnico.
Desculpas à parte, fica frisado para calar todo fascista preconceituoso: “Se nós vaiamos a decepção alheia, eles jogam bananas humilhando o humano que está além das etnias”.
Leonardo Lisbôa,
Barbacena, 18/08/2016.
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