Imagem: arquivo pessoal
--------------------- É Flor...
Num ano, que já não sei qual, ganhei um vaso de orquídeas. “Feliz primavera”, ouvi quando segurei entre as mãos as lindas flores de ramagens verdes e pétalas róseas. Romântico e inesperado presente... Enfeitou a mesa da varanda por um bom tempo, depois morreu. Não a planta inteira, mas as flores. Estas murcharam, arrefeceram. Numa manhã qualquer encontrei os restos caídos sobre o forro xadrez, encerrando-se assim um pouco da singular beleza que adornou aquele ambiente por alguns meses.
Removi o vaso órfão para um canto do quintal. As folhas começaram a amarelar. Vi que reclamavam de algo com o qual eu não podia atinar. Nada entendo de orquídeas, mas certa vez vi alguém cuidando, fiz igualzinho: retirei os caules do vaso e fixei-os com tiras de pano velho no tronco de uma palmeira do meu pequeno jardim. Uma vez feito o transplante, dei a operação salvamento por encerrada.
O tempo passou. Jamais deixei de observar meu pretenso projeto de cultivo de orquídeas no tronco do coqueirinho. Embora a passos lentos, vi que a planta estava prosperando. Soltava pequenas garrinhas que se expandiam em todas as direções. Estava salva, pois dava mostras de se ter adaptado à nova moradia. Ótimo! Em pouco tempo talvez eu já pudesse ver os resultados. Quem sabe, quando menos esperasse, ia poder apreciar a bela floração dando vida ao tronco sisudo de seu hospedeiro. Mero engano. Apesar dos anos, apesar de se expandir em folhas, a orquídea não dava flores. Cansei de examinar, exaustivamente, cada pontinho que brotava na esperança de um botãozinho promissor. Não vi nada, absolutamente nada que me animasse.
Resolvi ler sobre a vida das orquídeas para melhor entendê-las. São plantas delicadas, um tanto complexas, às vezes, dadas as peculiaridades que exigem para uma florescência bonita e saudável. Muitos detalhes devem ser observados no cultivo destas que fazem a maravilha dos olhos que as apreciam. São Milhares de espécies, umas exóticas, outras raras, algumas simples, mas todas sempre belas. E são flores cheias de manias, com hábitos próprios de adaptação. Mas é certo que, fazendo suas vontades, elas não poupam alegrias aos seus admiradores.
Depois de saber um pouco mais sobre as orquídeas, tive certeza de que não conseguiria um botãozinho sequer da minha. O local em que estava não ajudava: sombra demais e luz de menos. Resolvi submetê-la à nova cirurgia, transplantei-a, desta vez, para um pezinho de hibisco, rendado e filtrado por mornos e aconchegantes raios solares. Fixei-a com carinho especial, apostando novamente em sua futura florescência. Dias, meses, muitos meses, e os olhos atentos esperando. Será que desta vez iria dar certo?
Alguns dias atrás, notei pequenas protuberâncias surgindo nas extremidades da haste. Alguma novidade ou apenas mais indícios de novas folhas? Olhos atentos, me coloquei em sentinela. Ontem, observei algo que me encheu de uma imensa, e muito esperada, alegria: os pontinhos, agora meio alongados e bem gordinhos, davam os primeiros sinais de uma coloração rosada, bem diferente do verde das folhas. Que emoção! O que vi não me deixou dúvidas: é flor!
Num ano, que já não sei qual, ganhei um vaso de orquídeas. “Feliz primavera”, ouvi quando segurei entre as mãos as lindas flores de ramagens verdes e pétalas róseas. Romântico e inesperado presente... Enfeitou a mesa da varanda por um bom tempo, depois morreu. Não a planta inteira, mas as flores. Estas murcharam, arrefeceram. Numa manhã qualquer encontrei os restos caídos sobre o forro xadrez, encerrando-se assim um pouco da singular beleza que adornou aquele ambiente por alguns meses.
Removi o vaso órfão para um canto do quintal. As folhas começaram a amarelar. Vi que reclamavam de algo com o qual eu não podia atinar. Nada entendo de orquídeas, mas certa vez vi alguém cuidando, fiz igualzinho: retirei os caules do vaso e fixei-os com tiras de pano velho no tronco de uma palmeira do meu pequeno jardim. Uma vez feito o transplante, dei a operação salvamento por encerrada.
O tempo passou. Jamais deixei de observar meu pretenso projeto de cultivo de orquídeas no tronco do coqueirinho. Embora a passos lentos, vi que a planta estava prosperando. Soltava pequenas garrinhas que se expandiam em todas as direções. Estava salva, pois dava mostras de se ter adaptado à nova moradia. Ótimo! Em pouco tempo talvez eu já pudesse ver os resultados. Quem sabe, quando menos esperasse, ia poder apreciar a bela floração dando vida ao tronco sisudo de seu hospedeiro. Mero engano. Apesar dos anos, apesar de se expandir em folhas, a orquídea não dava flores. Cansei de examinar, exaustivamente, cada pontinho que brotava na esperança de um botãozinho promissor. Não vi nada, absolutamente nada que me animasse.
Resolvi ler sobre a vida das orquídeas para melhor entendê-las. São plantas delicadas, um tanto complexas, às vezes, dadas as peculiaridades que exigem para uma florescência bonita e saudável. Muitos detalhes devem ser observados no cultivo destas que fazem a maravilha dos olhos que as apreciam. São Milhares de espécies, umas exóticas, outras raras, algumas simples, mas todas sempre belas. E são flores cheias de manias, com hábitos próprios de adaptação. Mas é certo que, fazendo suas vontades, elas não poupam alegrias aos seus admiradores.
Depois de saber um pouco mais sobre as orquídeas, tive certeza de que não conseguiria um botãozinho sequer da minha. O local em que estava não ajudava: sombra demais e luz de menos. Resolvi submetê-la à nova cirurgia, transplantei-a, desta vez, para um pezinho de hibisco, rendado e filtrado por mornos e aconchegantes raios solares. Fixei-a com carinho especial, apostando novamente em sua futura florescência. Dias, meses, muitos meses, e os olhos atentos esperando. Será que desta vez iria dar certo?
Alguns dias atrás, notei pequenas protuberâncias surgindo nas extremidades da haste. Alguma novidade ou apenas mais indícios de novas folhas? Olhos atentos, me coloquei em sentinela. Ontem, observei algo que me encheu de uma imensa, e muito esperada, alegria: os pontinhos, agora meio alongados e bem gordinhos, davam os primeiros sinais de uma coloração rosada, bem diferente do verde das folhas. Que emoção! O que vi não me deixou dúvidas: é flor!