Esporte na Veia!
 
Olimpíada no Brasil parece colonização:
chega um monte de estrangeiro aqui e
levam todo o ouro embora.
facebook.com/pabloescobarsincero
 
Espírito olímpico no ar, esporte na TV o dia inteiro e até tarde da noite. Dorme-se pouco mas tem sempre algo para assistir. Basta sintonizar uma das emissoras que fazem a cobertura dos jogos. Tantos, que às vezes, fica difícil decidir o que acompanhar, dentre os esportes favoritos e os brasileiros em campo.
A cobertura sensacionalista endeusa cada favorito, crucificando-o com a mesma paixão em caso de falha. E não faltam as entrevistas logo após as provas, mostrando, euforia, choro e ranger de dentes.
O Brasil segue na luta por uma digna colocação no quadro de medalhas, com o apoio incondicional da torcida, que nem sempre se comporta muito bem, irritando adversários, como o francês que, ao perder o ouro para o brasileiro Thiago Braz no salto com vara, atribuiu seu fracasso às vaias do público, gerando forte reação também nas redes sociais. No Twiter pulularam comentários jocosos ao fato e uma certa Madalena postou: “avisa ao francês que aqui a gente vaia até o papa se ele estiver disputando uma medalha de ouro com o padre Marcelo Rossi.”
Esta, aliás, foi apenas uma das muitas histórias paralelas às pelejas. Entre pedidos de casamento e afrontas homossexuais ao preconceito vigente, houve o gesto bonito da família do técnico alemão de canoagem morto num acidente de trânsito, que doou seus órgãos para transplantes no Brasil e houve picareta que, querendo dar perdido na namorada, inventou assalto, foi desmascarado e detido no País até o esclarecimento dos fatos, importante para a confirmação de nossa capacidade em realizar eventos deste porte, mesmo que normalmente, vivamos clima e números de guerra.
Se, por um lado, o Rio de Janeiro está mais lindo, alegre, seguro e colorido, por outro, o cidadão comum deve estar louco com tantos engarrafamentos e aporrinhações.
Aqui em Brasília, apenas quatro dias de jogos no Mané Garrincha e, na sexta passada eu quase dei um beijo na testa da colega que me contou que o trânsito que eu havia enfrentado mais cedo para atravessar pouco mais de um quilômetro em vinte minutos era o último.
Mas tá bacana, vai deixar saudade. Ainda bem que em 2020 tem mais. E em Tóquio! Uhuuu!
 
Texto publicado no jornal Alô Brasília de hoje.