A INCOGNITA.
Chegou, parou, olhou e sorriu. Seu olhar era algo impressionante, evazivo, eletrizante. Seu corpo insinuava um estado de espirito que despertava uma incógnita. Estaria curioso ou simplesmente extasiado? Pelo brilho dos olhos deveria ser algo que o surpreendia ou algo desejado. Transvazava emoção pelos poros e a agitação tomava conta, porque caminhava de um lado para o outro. Esperou pacientemente por alguns minutos. Mas de repente sua fisionomia mudou, agora ja não demostrava a mesma serenidade. Abaixou a cabeça e balançou-a, numa negativa, por vezes, e sorriu novamente. Mas era um sorriso nervoso, descontente, tenso. Esfregou as mãos, numa dinâmica enérgica e levantou os braços acima da cabeça, fechando os olhos . Seus lábios estavam unidos numa linha reta, formando pequenas linhas nos cantos da boca. Não contente deu um soco no ar, para extravasar sua raiva ou emoção. Agora seus músculos faciais estavam tensos e o cenho cerrado. Bateu no peito com firmeza para despertar do torpor que o dominava. Suspirou profundamente para aliviar a tensão. Andou alguns passos, tomou a vara e fez o melhor salto de sua vida.
Ester Machado Endo.