SENADO: A CORAGEM OU A VERGONHA DE MUDAR O VOTO?
A decisão da Presidenta de ir pessoalmente ao Senado em sua defesa deverá provocar constrangimentos em vários de seus detratores. Segundo o discurso inflamado do senador petista acreano, Jorge Viana, são mais de uma dezena de ex ocupantes de ministérios nos governos petistas, que conviveram com Dilma e sabem de sua idoneidade, transformados em juízes por sua condenação por crime de responsabilidade, não obstante a posição do Ministério Público Federal não reconhecer como Crime as tais pedaladas fiscais, base da acusação a ela imputada. A oposição a responsabiliza, vagamente, pelo "conjunto da obra" pelos desacertos na economia, fazendo um juízo político e não jurídico do processo, quando tal julgamento deveria, em uma democracia presidencialista como a nossa, ser reservada às urnas, e não a 81 parlamentares componentes do Senado Federal. Assim, o controvertido Impeachment tem se sustentado pelo verdadeiro fechamento de questão, impermeável, ao que tudo indica, a reflexões e alterações de posições, céticos como se mostram nas votações até o momento.
Reconhecer que estamos diante a um GOLPE parlamentar, com vícios de origem, através do então presidente da câmara, Eduardo Cunha, orquestrado por um verdadeiro facínora em revide contra a Executivo, utilizando-se do desvio de finalidade de sua função para se auto proteger da degola na comissão processante de sua cassação. Apoderaram-se, então, Interinamente do Governo, e o desvirtuam de seu projeto aprovado e sacramentado com a vontade majoritária dos votos. A traição não é à Presidenta apenas, mas ao processo eleitoral resultado do escrutínio de outubro de 2014. ferindo de morte a nossa Democracia. Resta saber se alguns terão a ombridade de reconhecer o erro e reverem suas posições, ou se prevalecerá o comodismo próprio dos covardes, inobstante o papel desonroso que registrarão na nossa história republicana.