Momentos de um tempo.

Há momentos na vida em que as nossas tormentas parecem intransponíveis, Todas tentativas se tornam inúteis e o vendaval continua. E minha alma, sem luz passa errante, à procura de quem me entenda e de quem me consolará. Inesperadamente me perco em um mundo desconhecido, sombrio, difícil de decifrar as trilhas que surgem.

Não há mais espaço para sonhos e esperança, a vida perde seu sentido, como se os ventos levassem para longe, minhas emoções, meu ser. Vão ao meu encontro questionamentos tendendo irresistivelmente para auto defesa como se me refugiassem em preconceitos, e antigas tradições tão desmerecidas. “O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto” Fernando Pessoa.

Ah meu Deus! Estou a lastimar-me como uma vítima. Tenho que tornar-me autora de minha própria história e porque não ir em busca de meu tesouro que é a vida. Neste momento lembro de Henry Miller:

- “Se chamares experiência ás tuas dificuldades e recordares que cada experiência te ajuda a amadurecer, vais crescer vigoroso e feliz, não importa quão adversas apareçam as circunstâncias”.

“A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito”. Machado de Assis. (Apesar, penso eu, o passado está sempre presente).

Penso sobre a natureza que também possui seus momentos sombrios, tempestuosos como a razão das quatro estações.

Penso no rio que só existe o presente, não possui as sombras do passado como ignora o futuro.

Penso sobre os Carmas.

Penso no “O Livro da Vida”. O Registro Akáshico, o registro individual de uma Alma desde o momento que deixa seu ponto de origem até que a ele regresse. É uma biblioteca de ações de cada alma, pensamentos e emoções e ações geradas por cada uma das experiências vividas, gravados na grade eletromagnética do planeta e do cosmos.

Penso no pequenino Mateus, filho de grandes amigos, o menininho meigo, carinhoso de seis anos de idade com câncer na cabeça, levando enorme sofrimento ao seu pequenino corpo danificando dia-dia um órgão.

Meu Deus! Qual o motivo?

Penso em minha pessoa! Na mão dura do destino a roçar meu ombro.

E o Mateus?

Mergulho em minha essência possibilitando a aceitar-me e enfrentar a realidade dos acontecimentos da vida que apesar de doloridos guardam lições preciosas, onde algum ditador perseguidor me ensinou valiosas lições de vida. Entretanto: Eu Sou Eu, portanto - Eu existo! Eu tenho valor diante da vida.

A existência é minha, sim. Com erros e acertos, sem arrependimentos. Não me incomoda a opinião de parentes, sejam amigos, ou filhos! Minha vida sempre foi livre! Livre não esquecendo do livre arbítrio e as responsabilidades nas decisões. Como diz Leonardo de Vinci: Quando eu pensar que aprendi a viver, terei aprendido a morrer.

Nietsche tem razão quando diz:

“Quem só tem o espírito da história não compreendeu a lição da vida e tem sempre de retomá-la. É em ti mesmo que se coloca o enigma da existência: ninguém o pode resolver senão tu!”.

Escalei com enorme dificuldade a grande montanha, agora no topo dela vou transferir para outrem o meu próprio modo de ser?

Mateus querido, alma pura de criança, você não compreenderá, mas “A vida dá lições que só se dão uma vez”. Shakespeare estava certo ao dizer que a vida é como uma peça de teatro, pois a grande vida da alma é um drama, e cada nova vida e renascimento um outro ato no qual assumimos outro papel e trajamos uma nova roupa, mas somos o tempo todo a mesma pessoa. Assim, ao invés de ser injusta, a reencarnação é a justiça perfeita, e só através dela a justiça poderia ser preservada.

Peço aos céus que enviem os mestres para que o carreguem em seus braços para Região de bem-aventurança de beleza indescritíveis, governada por seres altamente realizados, ou dyan chohans. Lá, os egos estão livres de sofrimentos e aflições. Você minha querida criança já pertence ao grupo dos Chohans.

Marília
Enviado por Marília em 17/08/2016
Reeditado em 22/08/2016
Código do texto: T5731697
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