QUEM TEM TEMPO PARA REMINSCÊNCIAS?

Quem não guarda no recôndito de sua alma o afloramento de suas reminiscências? Que são na realidade lembranças, vivências, experiências no transcurso de sua existência terrena.

Há os que têm oportunidade de viver um período maior, outros, porem, tem uma curta existência; talvez independente de sua vontade, mas, com certeza, num Determinismo Divino, dá há cada um, o tempo necessário de permanência na matéria mais densa, em que, naquele espaço de tempo; cumpriu o que viera predestinado; em função disto, há o desenlace de crianças, jovens e adultos em diferentes faixas de idade, subordinados, certamente a um Determinismo de suas necessidades ao aprendizado terreno, no nosso caso vamos nos encaminhando a quase sete décadas... *

Seriam os de mais permanência na existência física, “devedores” em maior escala?

Durante oito anos fomos bancários; ao sermos demitidos, ficamos um ano trabalhando com cobranças, cujas comissões nos davam modestamente um valor para nossa subsistência; no início de 1968, indicado pelo companheiro Airton, - que deixou o nosso plano antes de completar 40 anos. - iniciamos uma nova jornada; divulgar junto à classe médica um laboratório dedicado exclusivamente aos médicos oftalmologistas.

No início de 1969, coincidentemente este mesmo amigo fez empenho para que aceitássemos uma vaga oferecida junto a uma distribuidora, que se situava ao lado do laboratório que trabalhava; feito o acerto começamos; era realmente um desafio: propagar uma nova linha de um laboratório americano, que adquira uma indústria nacional, e deste modo entrar no mercado brasileiro.

Permanecemos até 1984; neste ano, o Diretor da Empresa, aposentou-se; foi feito um acerto com estoque existente, e neste mesmo ano enfrentamos o desafio de começarmos a nossa própria; em que as dificuldades que afetam as pequenas e médias Empresas são muitas; com destaque a grande maioria; a falta de capital de giro; cada mês era preciso se fazer um esforço para saldar os compromissos junto aos fornecedores...

Fomos envolvidos por vários planos econômicos, que dificultavam a administração das Empresas; até chegarmos finalmente ao Plano Real, que representou uma luz no fim do túnel; na complexa área da economia; este período de nossas atividades abrangeu praticamente trinta anos; houve momentos difíceis que exauriram nossas energias, mas, a Bondade Maior, sempre abria uma porta que vinham ao encontro de nossas necessidades, para os obstáculos fossem superados...

Conhecemos e convivemos com muitos representantes comerciais, e através deles se constituíam em fonte permanente de renovação de nossos estoques...

Hoje nos recordamos de dois, - que já passaram para o “lado de lá”. -

Os fatos aconteceram nos primeiros anos da década de 90.

Este Representante Comercial era extremamente dedicado a sua profissão; deveria ter perto de 40 anos, quase todos os meses nos visitava.

Naquela época tínhamos quadro fêmeo da raça Bassê, - o cachorrinho que marcou sua presença nos comerciais dos Amortecedores Cofap. - certa ocasião veio acompanhado de seu filho, um menino de cerca de oito para dez anos; o mesmo encantou-se com o quintal e principalmente com as Bassês. Sempre que o pai vinha nos visitar ele o acompanhava.

O tempo passa célere a todos; repentinamente recebemos a notícia de seu desenlace, junto com o seu filho num desastre automobilístico, estava regressando a Curitiba, tinha ido até as proximidades Ponta Grossa; o caminhão da Empresa estava estacionado num posto de gasolina, e trazia entregas e teve um problema mecânico, razão pela qual foi até lá apanhar com o seu carro, alguns volumes que tinham prioridade de entrega em nossa cidade.

Na sua volta chovia torrencialmente fazendo com que o veículo deslizasse ao entrar numa ponte, caindo no rio, e que acabou ocasionando neste acidente o desenlace dele e do filho... Fomos até a missa de sétimo dia em homenagem de ambos e levar nossos sentimentos a sua esposa...

O Senhor P.L. talvez se aproximasse de nossa idade, o conhecíamos a muitos anos, sempre prestativo, desempenhado sem qualquer tipo de ressalva o seu atendimento junto a nossa Empresa; mesmo nos momentos mais difíceis, teve entendimento e compreensão; e acabamos parcelando um débito, que deveria ser pago integralmente...

Certa ocasião nos contou que um cliente pediu dez vezes mais do que valor habitual; alegando que o motivo é que tinha vencido uma concorrência; embora um pouco temeroso atendeu o pedido. - era responsável caso o cliente não quitasse o débito no vencimento previsto; seria deduzido o débito em suas comissões. - o pior acabou acontecendo este cliente acabou pedindo concordata, e ele se responsabilizando para pagar o débito. Sempre que ia a nossa empresa comentava algo a respeito.

Quando se passou um ano da concordata, achou que receberia a metade do débito, fato que acabou não acontecendo, nem mesmo ao término da concorda, em face disto passava por sérios problemas financeiros, toda a comissão que recebesse ficava para descontar o grande valor não saudado...

Tempos depois soubemos de seu desenlace, ao sair com o carro, ao transpor portão de sua casa, recebeu um forte impacto de um veículo justamente no lado de sua porta, que acabou de ocasionar a sua passagem, para pátria de origem; à que todos nos estamos subordinados; porem, a Sabedoria Divina, não dá à hora, o dia, e o ano de nosso regresso; pois se soubéssemos este momento, com certeza não, teríamos a estrutura de cumprir com as tarefas que nos cabem; razão pela quais as nossas horas, dias e anos devem ser bem aproveitados, no sentido do aprimoramento e engrandecimento das aquisições eternas; que são os “talentos”, que levamos para o lado de lá, e a consciência tranqüila que cumprimos com os deveres que nos foram delegados; não como imposição, mais oportunidades dos nossos enriquecimentos das aquisições eternas; em que o Amor deve prevalecer acima de tudo.

Reflexões Reminiscências.

Curitiba, 09 de julho de 2010. Saul Hoje é 16 de agosto de 2016

http://mensagensdiversificadas.zip.net

Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 16/08/2016
Código do texto: T5730643
Classificação de conteúdo: seguro