MAMMA MIA, VOVÓ
O tempo não para, e com ele vamos nos transformando, tanto física como espiritualmente. Bom, que assim seja, pois, se não houver mudanças em nós, significa que algo não anda bem. O natural da vida, é a impermanência, portanto as mudanças em nosso aspecto físico, e na maneira de sentir e pensar, são partes do processo.
Sem o concurso do tempo, eu não teria experimentado a doce sensação de ser mãe, e há poucos anos atrás, a de ser avó.
Desde o começo do mês de maio, estou desfrutando cada minuto a companhia do meu netinho Nolan, e como tenho me divertido com esse menininho espirituoso e muito inteligente. Do alto dos seus dois aninhos e alguns meses, ele sempre me surpreende com sua fala, e como fala!
Quando aqui cheguei, no inicio de maio, ele pouco falava em português, não faltava esforço por parte de minha nora e filho, para que ele aprendesse esse idioma, no entanto, Nolan resistia, e sempre que os pais, lhe falavam em português ele respondia em inglês. Meu filho acreditava que isso acontecia, porque tanto na escola como na televisão, o Nolan só ouvia em inglês. Pois bem, a situação mudou com nossa vinda pra cá, em pouco mais de três meses e meio, de convívio diário, comigo e com o avô, ele começou a falar em português, sem deixar é claro, o idioma inglês de lado, vez ou outra mistura os dois, quer dizer quase sempre. É comum ele começar uma frase em inglês e termina-la em português, ou vise-versa.
Domingo à noite, Nolan fez todos nós rimos muito. Durante uma partida, creio que de basquete, nem me lembro ao certo, que meu filho e meu marido assistiam na televisão, em dado momento, meu filho fez uma observação, que o juiz não havia marcado uma falta, ao qual meu netinho, prontamente falou: "O LOUCO MEU", em referência a atitude do juiz. Não teve jeito, choramos de rir, essa expressão com certeza aprendeu com meu marido, pois sempre que volta da escola, Nolan vem contando sobre as atividades que fez lá, e meu marido repete: "O louco meu, você foi capaz de fazer tudo isso"!
Ontem, quando fui colocar o jantar para ele, sem querer, eu derrubei um pouco do caldo da quinoa que havia no prato, e mais uma vez o Nolan, me fez chorar de rir, com uma expressão de espanto no rostinho, ele falou, em alto e bom tom: "MAMMA MIA, vovó". Sem dúvida, essa é minha expressão favorita, sempre que algo me acontece ou espanta.
Sempre agradeço ao tempo, por ter desenhado caminhos pelo meu rosto, por ter embranquecido os fios dos meus cabelos, e até por ter tornado algumas juntas do meu corpo doloridas, pois, muito além disso, o tempo me permitiu viver um amor tão imenso, quanto esse de avó. E eu, que na minha santa ignorância, achava que não poderia sentir amor maior do que aqueles que eu já havia experimentado antes de receber o presente de ser avó.
(imagem: Lenapena - Pier em Williamsburg)
O tempo não para, e com ele vamos nos transformando, tanto física como espiritualmente. Bom, que assim seja, pois, se não houver mudanças em nós, significa que algo não anda bem. O natural da vida, é a impermanência, portanto as mudanças em nosso aspecto físico, e na maneira de sentir e pensar, são partes do processo.
Sem o concurso do tempo, eu não teria experimentado a doce sensação de ser mãe, e há poucos anos atrás, a de ser avó.
Desde o começo do mês de maio, estou desfrutando cada minuto a companhia do meu netinho Nolan, e como tenho me divertido com esse menininho espirituoso e muito inteligente. Do alto dos seus dois aninhos e alguns meses, ele sempre me surpreende com sua fala, e como fala!
Quando aqui cheguei, no inicio de maio, ele pouco falava em português, não faltava esforço por parte de minha nora e filho, para que ele aprendesse esse idioma, no entanto, Nolan resistia, e sempre que os pais, lhe falavam em português ele respondia em inglês. Meu filho acreditava que isso acontecia, porque tanto na escola como na televisão, o Nolan só ouvia em inglês. Pois bem, a situação mudou com nossa vinda pra cá, em pouco mais de três meses e meio, de convívio diário, comigo e com o avô, ele começou a falar em português, sem deixar é claro, o idioma inglês de lado, vez ou outra mistura os dois, quer dizer quase sempre. É comum ele começar uma frase em inglês e termina-la em português, ou vise-versa.
Domingo à noite, Nolan fez todos nós rimos muito. Durante uma partida, creio que de basquete, nem me lembro ao certo, que meu filho e meu marido assistiam na televisão, em dado momento, meu filho fez uma observação, que o juiz não havia marcado uma falta, ao qual meu netinho, prontamente falou: "O LOUCO MEU", em referência a atitude do juiz. Não teve jeito, choramos de rir, essa expressão com certeza aprendeu com meu marido, pois sempre que volta da escola, Nolan vem contando sobre as atividades que fez lá, e meu marido repete: "O louco meu, você foi capaz de fazer tudo isso"!
Ontem, quando fui colocar o jantar para ele, sem querer, eu derrubei um pouco do caldo da quinoa que havia no prato, e mais uma vez o Nolan, me fez chorar de rir, com uma expressão de espanto no rostinho, ele falou, em alto e bom tom: "MAMMA MIA, vovó". Sem dúvida, essa é minha expressão favorita, sempre que algo me acontece ou espanta.
Sempre agradeço ao tempo, por ter desenhado caminhos pelo meu rosto, por ter embranquecido os fios dos meus cabelos, e até por ter tornado algumas juntas do meu corpo doloridas, pois, muito além disso, o tempo me permitiu viver um amor tão imenso, quanto esse de avó. E eu, que na minha santa ignorância, achava que não poderia sentir amor maior do que aqueles que eu já havia experimentado antes de receber o presente de ser avó.
(imagem: Lenapena - Pier em Williamsburg)