Liberte-se!

Fechei os olhos devagarzinho e me transformei num sonho onde pudesse distrair meus pensamentos e alegrar a minha imaginação sonâmbula.

Agora não sou mais uma música.Não sou apenas uma música que perambula por corredores longínquos dos hospitais, ora saída de uma casa qualquer, ora saída de um lábio que ecoa pelo espaço em sinal de protesto.

Um mero som que os surdos não ouvem, pois o meu cantar machuca os seus ouvidos e os hipócritas apenas ignoram: omitem.Agora sou mais um conjunto harmonioso.Cansei de me perder nos cosmos a procura de algo que me tornasse vivo.

Algo que me desse o poder de libertar sorrisos que se aprisionam atrás de um radinho de pilha, tristes de saudades.Não me deixem no anonimato de um assobio eloqüente ou no eloqüente assobio de um anonimato.

Agora não sou mais uma música lenta.Sou eu mesmo que acabou de se encontrar, não na simplicidade do meu ser, mas na grandiosidade dos meus sentimentos.

Silmara Retti