V i r g í l i a

Na ditadura militar era constante o frisson dos bajuladores para mostrar serviço aos milicos, inclusive denunciando desafetos ligando-os às chamadas "ativodades subversivas". E comtiam gafes monumentais.

Quando houve a doença de Costa e Silva e ele não pode mais governar e era preciso convocar o seu vice, Pedro Aleixo, os militares vetaram a posse dele e constituiram uma junta militar, liderada pelo geneeraal Lyra Tavares (que depois seria guindado à ABL pelos capachos justificando que foi devido a um livrinho de poemas que o general escrevera na juventude sob o pseudônimo de Adelita). Foi um auê danado. Na nosa cidade, um vereador muito bajulador da ditadura, um ignrantaço, inventou de convocar a câmara local para ficar reunida permanentemente defendendo a "Revolução". Foi para a rádio e afirmou que a câmara estava em "VIRGILIA CíVICA" (sic), citou uma dúzia de vezes a apalavra Vrgília.

Acontece que na cidade havia uma moça chamada Virgília (o pai adorava Virgílio e por isso botou esse nome numa filha e Eneida na outra). Um amigo meu, radical paca, que tinha odio desse vereador babaão de milico, resolveu aprontar. Foi ao noiva de Virgília, um cara nervoso e explosivo, e lhe disse que estava pegando mal o verador Babão estar falando no nome de sua noiva a três por quatro no rádio e na câmara, que aas pessoas já estavam maldando essa tal Virgília Cívica. Não prestou o sujeito chegou na câmara, em plena Virgília, e disse poucas e boas ao vereador, que se ele pronunciasse mais uma vez o nome de sua noiva ele lhe daria uma surra de chicote de boi. Mais: que ele fosse imediatamente à rádio pedir desculpas a sua noiva. O cara foi com o rabinho entre as pernas.Foi quando descobriu que o crreto era Vigília, mas mesmo assim resolveu não prosseguir com a babação à junta militar. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 15/08/2016
Código do texto: T5729718
Classificação de conteúdo: seguro