Pequeno Canteiro
Quando o sonho é jovem...
Ser cowboy e índio ao mesmo tempo...
E nas horas vagas, bombeiro...
A lembrança do primeiro beijo...
Amada professora...
Bolinhas de gude, bater lata e futebol o tempo inteiro...
A guerra de mamonas...
Estilingue...
Frutas da época morangos nas relvas...
Embaixo da chuva...
Pés no barro...
Molhado...
Hoje voltei neste dia...
Enquanto o mundo se abrigava do inicio da chuva...
Sentei num banco de espera do transporte...
Corriam para abrigos...
Soltava a gravata...
Os mais precavidos tiravam os guarda chuvas de suas bolsas...
Eu protegia meus documentos dela... a chuva.
Um nome estranho para proteção...
Enquanto tirava os sapatos...
Os guarda chuva eram sacados de suas embalagens...
Com as meias nas mãos...
E cercado de guarda chuvas estavam acionados...
Relâmpagos...
Contar até o estrondo se ouvir...
Dependendo da conta seriam os quilômetros de distancia...
Na infância eram flechas dos índios antepassados...
Trovão...
DEUS mudava os moveis de lugar...
Olhei para o lado esquerdo...
Para o direito...
A procura...
E achei sem ter perdido, mas esquecido de observar ao redor...
E a tarde caia cinza...
E o que era pressa...
Expressinhos humanos sem direção atrás de proteção...
Desviando dos primeiros pingos...
Em vão...
Minha maleta na mão esquerda... a do coração...
O par de sapatos na mão direita... a de indicação...
Atravessei a avenida paulistana para meu abrigo...
Descalço e pisando no progresso passava calmamente entre as maquinas em que seus inventores sorriam...
Num pequeno jardim ali cercado de concreto...
Desci os sapatos e a maleta que ficaram pequenas naquele pequeno gramado calvo...
Levanteis os braços em forma de cruz e abracei a chuva...
A cabeça inclinada beijava e sedia a sede da alma na infância...
Olhos fechados os pés no barro...
Meu campo era imenso...
A cidade um pequeno canteiro...