APOSTA PERVERSA
Retrocedermos à escravidão nas relações trabalhistas parece ser o propósito do Interino com seus compromissos com as federações empresariais. A lógica é baratear o custo representado pela mão de obra, para desburocratizar as relações entre patrões e empregados ( em discurso empolgado na Câmara , o deputado Marchesan Filho -PSDB-RS- foi mais longe...o fim da Justiça do Trabalho, que afinal constrange o patronato). Temos um DNA escravagista,aqui a escravidão negra foi a mais longeva dentre as nações, tudo em nome da economia.
Dilma incentivou a contratação de trabalhadores, com isenções fiscais às empresas, que responderam com investimentos no GOLPE para depô-la, juntamente com os Bancos, numa inversão onde parecem que embolsaram a grana e apostaram na ciranda financeira, conforme conclusões de estudiosos do assunto. A reformulação ( o sonho deles, os patrões, é a extinção) da CLT, à título, já exposto, de redução do custo brasil , é a marcha a ré na qualidade de vida do trabalhador brasileiro. Se é certo que as convenções coletivas de trabalho fortalecem os sindicatos, como ficarão as categorias inorganizadas ? Venderão a sua força de trabalho em negociação direta com o empregador, em qual correlação de forças? A CLT funciona como uma parâmetro, um direito básico assegurado, cabendo aos sindicatos estenderem, através de negociações coletivas, os benefícios específicos de cada categoria.
A lógica mais razoável, de justiça social, seriam as políticas verificadas até os governos petistas, preservando-se direitos, com incentivos fiscais às empresas( monitorados periodicamente), garantindo-se o emprego e a renda da massa trabalhadora, dentro do entendimento de que renda gera consumo, e movimenta a máquina da economia de forma contínua. O ganho do governo estaria no aumento da arrecadação através do consumo, e o equilíbrio nas contas da Previdência Social, com mais contribuintes na ativa. Os incentivos destinados ao parque industrial seriam relativizados com os impostos gerados pelo consumo, num acordo razoável para sairmos da crise mundial que têm seus efeitos atuais no Brasil. A degola de trabalhadores, além da calamidade social que isso representa, é o caminho perverso do retrocesso e da estagnação, ampliando-se o fosso da desigualdade social.