desabafo, mais uma de pai.

Cada ano no dia dos pais me sinto diferente, deve ser talvez a idade que me faz ver as coisas diferentes a cada ano.

Sentimentos controversos eu sei, mas tenho que desabafar em algum canal. Parabéns, escolhi este!

Quando meu pai morreu, é, ele morreu, não passou, não virou estrelinha, enfim, chega de palhaçada, ele morreu! Eu na porrada não entendi o real significado de não tê-lo mais.

A cada ano vai sendo diferente pra mim, a princípio, depois de uns meses o sofrimento foi tamanho que sequer conseguia ficar por aqui perto dos meus, depois entendi que em nenhum lugar do mundo seria como fora antes, e agora, depois de tantos anos consigo reverenciá-lo em silêncio, sem comentários, de como ele foi espetacular em minha vida, pois isso parecia pedante para outras pessoas.

Hoje, dia dos pais, lembro sim, É DIAS DOS PAIS E NÃO TENHO O MEU AQUI!, mas lembro de outras formas, não me lembro de presentes que ele nunca ligou, não lembro de festas, não lembro de coisas banais, lembro que se ele estivesse aqui poderia me orientar de forma que ninguém mais faria, e isso é inesquecível, lembro que ele estava (como todos diziam e dizem) muito novo pra me deixar assim, com todas essas coisas pra resolver sem ter direção, sem ter a sua orientação, sem ter a amizade de seus amigos, sem ter a sua experiência.

Pai, tantas coisas que faltaram pra eu te entender, tantas coisas ainda faltam pra eu entender tantas coisas e pessoas.

Posso gritar, mas você nunca mais virá me ajudar em nada, espero apenas que não esteja te envergonhando, já será pra mim motivo de orgulho: nunca me envergonhe, me disse um dia.

Te amo sempre.

Cinthya Fraga
Enviado por Cinthya Fraga em 14/08/2016
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