Gatos curtem Abba e bebem vinho com o semideus no Dia dos Pais em Bento Gonçalves

Boa tarde meus caros 23 fiéis leitores e demais 36 de quando em vez. Eis-me aqui mais uma vez fora da sexta-feira nossa de guerra literária. Por motivos profissionais estive totalmente offline na sexta-feira e no sábado. Vocês nem imaginam no que eu trabalho, para ficar offline. E eu também não vou contar. Não é nada assim tipo ator de filme pornô, assaltante de banco, traficante ou agente secreto, apenas prefiro manter um pouco de privacidade.

Acho que esse é um dos títulos mais longos que já coloquei em uma crônica nesses cinco anos em que estou aqui no Recanto. É que hoje é Dia dos Pais e eu lembrei de uma vez que, estando em Porto Alegre, na casa do Silva, fomos para a cidade de Bento Gonçalves, município da chamada "Serra Gaúcha" distante umas duas horas da capital e com uns 100 mil habitantes, passar o Dia dos Pais.

Nem eu e nem o Silva éramos pais, todavia estávamos distantes dos nossos. Fomos para lá porque tinha um show de uma banda cover do Abba tocando lá no sábado e o Silva era amigo do guitarrista. E a tal de Bento Gonçalves é chamada de Capital Brasileira do Vinho, então vocês já podem imaginar no que deu nesse dia...

Tomamos todas, claro. Mas não comemos ninguém. Nem as trintonas cantoras do Abba cover. Paramos no Hotel, bêbados. Acordei meio mal e nem tinha amanhecido o dia ainda. O Silva mortinho mortinho na cama dele. Fui no banheiro, dei uma vomitada básica, eis que porre de vinho gaúcho não é brincadeira, e depois fui na sacada do quarto olhar o amanhecer em Bento Gonçalves.

Lá, do segundo andar do hotel, vejo uns miados na rua. Dois gatos se estranhando em frente de uma casa. Dali há pouco apareceram mais dois e ficaram olhando para os brigões. Domingo, Dia dos Pais, 7 horas da manhã, ninguém na rua, só os gatos. E eu na sacada, olhando para eles. Me senti um deus, lá do alto, olhando os gatos na rua. "É assim que Deus deve nos olhar", pensei. Só que, como eu não lia o pensamento dos bichanos e Deus sabe dos nossos, então concluí que eu, Antônio Bacamarte, era, naquele momento, um semideus. Um deus pela metade, mas da família, oras.

Daí, do alto da minha onipotência, comecei a cantar Dancing Queen, do Abba. Os gatos pararam de se estranhar e ficaram olhando para mim, surpresos e amedrontados. "Isso, temam a seu semideus, criaturas insignificantes". E fiquei lá, cantando, e os gatos, todos os quatro, olhando. Então percebi que os gatos não estavam com medo, estavam ouvindo minha cantoria. "Será que eles curtem Abba?"

Parei de cantar, eles ficaram me olhando mais um pouco e, então, um dos brigões fugiu e o outro saiu atrás. Logo a seguir os dois que estavam olhando foram atrás deles. Fiquei ali, sozinho, um semideus abandonado. Voltei para o banheiro. Êta vinho de Bento!

------

Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

Mais textos em:

http://charkycity.blogspot.com

(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina

Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".)

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 14/08/2016
Reeditado em 17/08/2016
Código do texto: T5728385
Classificação de conteúdo: seguro