PICADINHOS EXISTENCIALISTAS-PARTEII

2---Frase filosófica: “O homem está condenado à liberdade.” - SARTRE

3---CLAUDE LÉVI-STRAUSS já era antropólogo famoso e polêmico desde 1955, com a obra-prima “Tristes trópicos”, mas “O pensamento selvagem”, 1962, detonou celeuma que abalou as estruturas da intelectualidade francesa, mexendo particularmente com o brio e o pensamento de SARTRE, quando arrasou a filosofia existencialista, defendendo a ideia de eu a humanidade evolui da selvageria à civilização à medida que o homem se recria livre e individual - base num estudo do totemismo entre aborígenes da Austrália, e Strauss concluiu que o progresso é uma ilusão, “a gente chamada ‘primitiva’ é tão racional quanto a ‘civilizada’ e vice-versa”.

4---Confissão em “Les Mots” (As palavras), pequena autobiografia de SARTRE. Aos 6 anos, depois de uma representação teatral na escola, ficou e um espelho, em casa, representando empolgado, e se enxergou verdadeiro - percebeu que era feio e decidiu viver apenas de ideias, que nunca lhe faltaram.

5---Tomava anfetamina para se manter acordado e não parar de escrever e depois uísque para baixar o agito, deixando a mulher desesperada: “Outro uísque, não! Assim vai destruir sua saúde!”

6---Notícia de Paris, abril/1980. Destacados políticos , intelectuais franceses, os mais influentes pensadores ocidentais, idosos da geração dele, trabalhadores emigrados de vários países continentais, muita gente da geração de maio/1968 e milhares de jovens, até crianças no colo de papai-mamãe prestando a última homenagem pública ao escritor e filósofo francês JEAN-PAUL SARTRE - que, no hospital, recusara manifestação oficial por sua morte e discurso - durante seu enterro no Cemitério de Montparnasse, em tumba provisória à espera de cremação. Cerca de 30.000 mil (ou 50.000 em outro jornal também francês?) pessoas no trajeto final que durou cerca de duas horas. Ele formulou a filosofia do existencialismo e a consciência moral da França do pós-guerra. A eterna companheira e ativista política Simone de Beauvoir acompanhou no carro que conduzia o caixão, com a filha adotiva do escritor, Arlete El Kaim, e uma irmã. Um caminhão carregado de flores e frases com os nomes de quem ele amou e ajudou: “O amigo dos argelinos”, “Edições Galimard”, “A equipe do jornal Liberation”. Caminhando na multidão, Yves Montand e a mulher, atriz Simone Signoret, conhecidos pelo apoio a causas de esquerda, Juliette Greco, Costa Gravas, Michel Foucalt, Françoise Sagan, assim como Michel Rocard, dirigente do Partido Socialista. Após a cremação, dias depois, houve particular cerimônia no Cemitério de Père Lachaise, onde estão sepultadas muitas figuras francesas, cinzas depois sepultadas no anterior Montparnasse.

FONTE:

Pesquisas em recortes não identificados e também: “Simone, trajetória ativa do segundo sexo” - Rio, jornal O GLOBO, recorte sem data // “Milhares de pessoas no ultimo adeus à Sartre” e “Sartre é sepultado por 50 mil” - Rio, jornal O DIA e JORNAL DO BRASIL, 20/4/1980 // “Uma implacável intérprete da feminilidade”, artigo de Moacyr Scliar, e “A grande marcha dos belos bumbuns”, de Reinaldo Moraes - Rio, jornal O Globo, 2/11/2003 e 1/10/2011 // “Fora de controle”, de Martha Medeiros, e “Abaixo a angústia”, de Tessy Callado - Rio, revista O Globo, 21/11/2004 e 18/9/2011.

F I M