AMEM
ESTENDI NO VARAL OS GUARDANAPOS UMIDOS.POR HOJE QUERO A SINGULAR MANEIRA DE CRER EM DEUS .SOU VASSALO DO RELOGIO,DAS TARDES E DO TEMPO-CARREGO PONTEIROS E SEUS DITADOS :´´PARTIR ,CHEGAR;AMANHECER,ANOITECER´´-EM MINHA TOALHAS BORDADOS DE RARAS GRAÇAS QUE SE PARECEM MUITO COM AS PRIMAVERAS.
A VIDA GANHA MAIS BONDADE QUANDO VEJO MINHAS MÃOS AJEITANDO AS ROUPAS DESAPRENDIDAS DE UMA INFANCIA BASTANTE ENEGRECIDA NOS BOLSOS ,GOLAS E MANGAS.
DEGRAUS DE BALDES CHEIOS DE AGUAS DE PRANTOS PARA SEREM COLOCADOS CALÇAS DE MALHAS COM SABÃO E AMACIANTE LIQUIDO-CHEIRANDO A VEU DE NOSSA SENHORA.MINHAS PALPEBRAS APAIXONADAS PELA AURORA ,PRINCIPALMENTE EM TEMPOS E MANHÃS FRIAS RECEBIA A PERSPECTIVAS DE UMA ABLUSÃO DE ESQUARTEJADAS LUZES.
O TEMPO DESENHAVA EM MIM OS GORJEIOS DA ESPERANÇAS E TRAVESSEIROS ESCONDIDOS DE PAIXÃO.MIRAVA-ME A COMPREENDER QUE SEM SONHOS ESQUECIA -SE DE ENTENDER O BOM DA NOITE ESCURA.DESISTINDO DA ESSENCIA DE UM SONHO ERA DESLUSTRAR E DESTRUIR AS ESTRELAS DO CEU.OS SONHOS QUE TINHA ERAM A FÔRMA ONDE COLOCAVA-SE AS MISERIAS E MESMICES DA VIDA .E ASSAVA-OS NO FORNO DE BARRO DOS CREDOS QUE APANHAVA-SE AO PROFESSAR A FÉ NO AMANHÃ...
O ALMOÇO ,OS JARDINS ,AS PEGADAS NA TERRA DO HORTO ,A HUMANIDADE EM SUA FORMA MAIS RELUZIDA ERA A UTOPIA DA COZINHA ,DAS MÃOS JARDINEIRAS ,DOS PÉS DE DEUS QUE ME RECEBIA SEM PERIGO DE SER COVARDE A SUA ACOLHIDA.
SUA VOZ ME DAVA ASAS DE EMBRIAGADA VÔO.AS IMPERFEIÇÕES DOS DIAS GANHAVA BRAÇOS DE SOBERANO,TAL COMO A ESTRELA DO MAR FERIDA E LIMITADA GANHAVA MAIS UMA NOVA CARNE,SUBSTITUINDO AS MAGOAS.TATUANDO-AS DE MAGNANIMIDADE O MISTERIO QUE PERCORRO ENTRE A IMPOSIÇÃO DAS MÃOS DE DEUS E A SUA FACE OCULTA ERA A REVELAÇÃO EPIFANICA DA TRINDADE DE SUAS LAGRIMAS DE SEU EVANGELICO SANGUE E CARNE .AS DORES ERA UMA CRISTOLOGIA QUE APRENDIA ATE DA DOBRADURA VINCADA DE UM SORRISO FAMINTO.
NUMA TARDE TRISTE DERRETIDO E PLANGENTE SAÍ PORTA AFORA DE CASA ,AFIM DE DESABAFAR -ME COM AS BRISAS DO CREPUSCULO-MAS NÃO HAVIA NENHUM. A SOLIDÃO ME DAVA SENTENÇA DE ANATEMA ;COMECEI A CHORAR E SEM PARAR CAMINHEI ATE UM JARDIM DESCONHECIDO.
AS FLORES QUE LA ENCONTREI ERA UMA FANTASIA EMPRESTADA DO PARAISO QUE ENCONTRAVA PARA MINHA INCOMPLETUDE .MAS O QUE ME CHAMOU A ATENÇÃO ERA UMA ROSA BRANCA,CABISBAIXA DE FRANJA DE PÉTALAS DEPENDURADA SUSTENTADA POR UMA COROLA TAMBEM TRISTE .OLHEI PARA OS LADOS -NINGUEM-ARRANQUIE-A COM ESPINHO E TUDO E LEVEI-A PARA CASA.CHEGUEI APRESSADO E COLOQUEI-A NUMA JARRA DE AGUA:NÃO QUERIA QUE ELA MORRESE POR COMPLETO SEM ANTES RECEBER O VIATICO DE MEU DESVELO...
OS DIAS DESCAIRAM DAS SEMANAS NO VENTRE DE UMA AMPULHETA DIAFANA E AS PETALAS QUE ADORNAVAM O CORPO DA ROSA TAMBEM SE SOLTARAM AOS POUCOS .NO ULTIMO DIA DELA ENTARDECER,CAÍ MAL NA CAMA .ERA FEBRE ,MAS POUCA .PEDI QUE COLOCASSEM A JARRA COM A ROSA PARA PERTO DO MEU LEITO NUMA MESINHA DE APOIO .E A TARDE SE ESFRIOU DE REPENTE...
MEUS OLHOS ESTAVAM TÃO CANSADOS.MAS RELUTAVA CONTRA O SONO .A ULTIMA PÉTALA BALANÇAVA SOLITARIA ,QUANDO ADORMECI .E ELA BALANÇOU MAIS AINDA E DESPREGADA DA MORTE CAIU-TOMBOU NA BOCA DA JARRA E BATEU NO CALCANHAR DO PÉ DA MESINHA E ESPARRAMOU-SE NO CHÃO -BORRIFANDO PEQUENOS GRÃOS DE PÓLENS...
CAIU COMO SUPLICA DE UMA ROSA MORTA PERFUMANDO UMA FÉ ATÉ ENTÃO DESCONHECIDA ,NUM AMEM ENIGMATICO E TIMIDO.